Texto enviado pelo colaborador, Lucas Costa, dono da conta “Eurostep Brasil”, no Instagram.
Bom, primeiramente, gostaríamos que você se apresentasse um pouco, falando de sua trajetória no basquete. Como iniciou na modalidade, as categorias de base, as convocações, a NCAA e a chegada na Europa.
Conheci o basquete na escola que eu estudava, em São Gonçalo (RJ). Um professor chamado Jordão me viu jogar e me perguntou se eu tinha vontade de jogar basquete. Eu não tinha nenhum interesse pelo esporte, pois o basquete é um esporte de contato e eu tinha uma personalidade bem forte. Apesar disso, o professor Jordão me chamou para conversar e falou que poderia me levar a um clube da cidade. Foi quando eu realmente comecei a jogar basquete, pelo clube AVBN. Eu comecei com 12 anos, porém tive um problema de saúde que me afastou da quadra por um ano. O time acabou, mas eu recebi propostas do Botafogo e do Mangueira. Acabei indo jogar pelo time da Mangueira. Apesar da rivalidade eu tinha com algumas meninas de lá, eles me ofereceram uma vaga em uma ótima escola no Rio. Foi quando eu fui convocada pela primeira vez para a Seleção sub-15.
Você atuou pela Universidade de San Diego, na NCAA. Como foi essa experiência? Qual foi o grande aprendizado que você teve no basquete norte-americano?
Antes de ir para os EUA, eu joguei meia temporada em Portugal, no time Torres Novas. Foi o treinador do time, José Monteiro, que me ajudou a chegar aos EUA. Fui para lá sem falar nada de inglês, fiz dois anos de junior college. Tive várias universidades da D-I (a “primeira divisão” do esporte universitário) me recrutando, mas meu coração preferiu ir para University of San Diego. O estilo de jogo é bem mais forte. Eu tive uma treinadora muito boa, a Mery Andrade, que me dava treinos individuais para melhorar nos meus movimentos. Jogar o college foi uma experiência muito grande pra mim. Em vários momentos pensei em desistir, pois eu não estava preparada mentalmente para a quantidade de treinos e com o esforço que fazemos lá. Meu Primeiro ano foi muito difícil para mim. Tivemos muitas jogadoras machucadas perdemos muitos jogos. Mas meu segundo ano foi bem melhor, porque eu já tinha noção de como era a competição. Tive um aprendizado muito grande, pois conheci e joguei contra jogadoras muito boas e isso fez com que eu treinasse bastante pra chegar no mesmo nível.
Você sentiu grande diferença entre o estilo de jogo da NCAA e o europeu?
Sim. Foi uma das coisas que eu mais senti quando cheguei aqui, porque o jogo europeu é mais solto e nos EUA é mais tático. Demorei um pouco me acostumar com o fato de que eu poderia jogar mais livremente aqui.
Como estão suas expectativa e projeções para o seu futuro na Seleção Brasileira?
Antes, eu costumava me cobrar bastante em relação à Seleção Brasileira. Hoje em dia, eu penso que as convocadas são merecedoras. É óbvio que eu sempre quero ver meu nome na lista de convocadas. Seria uma experiência muito boa pra mim poder voltar a representar meu país.
Como está sendo essa experiência no basquete espanhol?
Acho que está sendo uma experiência muito grande para mim, porque é minha primeira vez jogando em uma liga profissional. Mesmo jogando com um time tão novo, estou aprendendo e evoluindo muito.
Quais as suas projeções futuras para sua carreira?
Espero alcançar uma liga mais forte e continuar evoluindo em minha carreira, sempre tendo em mente que eu posso alcançar voos mais altos.
Letícia foi contratada pelo Instituto Rosalía (chamado “Ulla Oil Rosalía”, por motivos de patrocínio) no último mês de setembro, para a disputa da Liga Femenina 2, a segunda divisão espanhola. O clube se encontra em situação difícil, ocupando a lanterna do grupo A da competição, com cinco vitórias em 23 partidas disputadas até aqui.
Apesar do momento negativo da jovem equipe, Letícia vem conseguindo brilhar! Em 21 partidas em que a pivô esteve em quadra, ela vem sendo até aqui a cestinha do time no campeonato, com uma média de 11,8 pontos por jogo. Ela também lidera a equipe em rebotes, com uma média de 5,9 por jogo.
Pela Universidade de San Diego, na temporada 2018-19, sua primeira, ela disputou 28 partidas com a camisa dos Toreros, sendo 11 como titular. Em cerca de 21 minutos por jogo, ela manteve médias de 10,3 pontos e 4,0 rebotes por jogo, com 49,1% de aproveitamento dos arremessos de quadra. Na temporada passada, ela esteve em quadra 31 vezes e teve médias de 9,7 pontos e 4,7 rebotes por jogo, com 49,4% de acerto dos arremessos.
De acordo com reportagem do Jornal Periscópio, da cidade de Itu (SP), o Ituano, clube que disputa a LBF, acertou a contratação de Letícia para a sua próxima temporada. A competição começou na última segunda-feira (8), com uma partida isolada, e o Ituano estréia no próximo dia 13. Porém, segundo a reportagem, a atleta se apresentará ao clube apenas ao fim da temporada espanhola, que está prevista para acabar no próximo dia 27.