Completando a primeira rodada de jogos destes playoffs, se iniciaram nesta quarta-feira (21) as séries entre o líder, Barcelona (ESP), e o oitavo colocado, Zenit São Petersburgo (RUS); e o confronto entre o atual campeão europeu e segundo colocado na temporada regular, CSKA Moscou (RUS), e o sétimo, Fenerbahçe (TUR). Saiba todos os detalhes sobre cada uma das partidas!
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CSKA leva susto no segundo tempo, mas assegura vitória com último quarto arrasador
Por Vinícius Matosinhos
O histórico duelo entre o atual campeão europeu, CSKA, e o Fenerbahçe teve início nesta quarta e foram os russos quem saíram vencedores, pelo placar de 92 a 76. O primeiro confronto da série nos playoffs aconteceu em Moscou e ele já havia começado antes mesmo da bola subir. Durante a semana, falou-se muito sobre a situação do armador Mike James e de sua possível volta à NBA. Esses rumores acabaram se concretizando e o clube russo se vê obrigado a lidar com essa grande perda. Porém, pelo lado turco as circunstâncias também não estavam das melhores, porque, além da contusão do pivô Jan Veselý no final da temporada regular, o Fenerbahçe também veio para esta partida com a ausência de mais cinco jogadores e o técnico Igor Kokoškov, para os dois primeiros jogos da série. Os atletas e o comandante testaram positivo para COVID-19 e, a não ser que o Fener exerça seu direito de solicitar o adiamento dos jogos, é improvável que eles participem de qualquer jogo desta série.
A partida teve um início com muitos erros e arremessos forçados por parte do CSKA, fazendo com que a equipe visitante tirasse proveito desses erros, para impor um ritmo de jogo bem cadenciado e eficaz. Para deixar a situação russa um pouco mais preocupante, o ala-pivô Tornike Shengelia fraturou o dedo aos três minutos de partida e teria que ficar algum tempo no banco para aliviar a dor. Com isso, Nando de Colo começou a chamar a responsabilidade em todas as ações ofensivas, terminando o primeiro período com incríveis 14 pontos.
Com a ausência de James, a solução rápida que o CSKA encontrou ainda nos primeiros dez minutos de partida foi com Daniel Hackett, que acabou assumindo a armação da equipe. Mas, para garantir as cestas a favor do clube russo, Hackett foi bem agressivo e forçou algumas infiltrações. O primeiro quarto terminou com um placar apertado de 28 a 23 a favor do clube dono da casa. A vantagem veio graças a dois ataques seguidos fulminantes no último minuto, de Gabriel “Iffe” Lundberg, que saiu do banco de forma sensacional e anotou sete pontos em três minutos dentro de quadra.
Com as grandes peças do clube descansando para o segundo quarto, era a hora perfeita para que o ala Will Clyburn aparecesse para o jogo. O ala liderou os anfitriões nas ações ofensivas, chegando a anotar dez pontos naquele segundo período. Essa atuação ajudou a construir uma vantagem de dez pontos logo nos primeiros minutos. Com a volta de Nando de Colo à quadra, a situação mudou um pouco, pois, com mais oito pontos anotados pelo armador, a diferença russa chegou a cair para quatro pontos. Contudo, a equipe turca não encontrou a melhor forma de defender as bolas arremessadas do perímetro, indo para o intervalo com a placar de 53 a 44 a favor do CSKA.
A conversa no intervalo fez muito bem para o Fenerbahçe, pois o clube voltou muito focado no lado defensivo da quadra, com a formação por zona, algo que havia saído do controle nos minutos finais do primeiro tempo. Outra mudança perceptível foi a inclusão de Marko Gudurić na armação, o deixando mais agressivo, mais livre em quadra e procurando mais as jogadas de transição com Lorenzo Brown. O foco defensivo do Fenerbahçe fez com que o CSKA marcasse apenas 11 pontos no terceiro período, deixando-os pressionados e abrindo espaço para a virada turca pelo placar de 66 a 64 ao fim do quarto.
Era esperado que veríamos uma arrancada turca no início do período decisivo, no entanto essa expectativa foi quebrada logo em seguida, pois Gudurić saiu mancando de quadra após se machucar em uma disputa de bola. Isso abriu a porta para que o CSKA voltasse para o jogo e investisse novamente nos arremessos de três pontos, chegando a abrir uma vantagem de 14 pontos faltando um pouco menos de quatro minutos para o fim da partida. O Fenerbahçe não lidou bem com a forte pressão russa e viu seu principal jogador, de Colo, não anotando pontos no último quarto, mesmo estando com 27 pontos somados até o terceiro período. Era a cartada final para que o CSKA disparasse no placar e vencesse a primeira partida série.
Assista aos melhores momentos da partida:
Os destaques do time vencedor ficaram para a dupla formada por Hackett, com 20 pontos, e Clyburn, que também anotou 20 pontos, com o italiano sabendo aproveitar bem as bolas de três pontos (quatro acertos em cinco tentativas) e Clyburn fazendo o contraponto nas infiltrações, naqueles momentos em que o Fenerbahçe priorizou a defesa do perímetro. As equipes se reencontram, novamente em Moscou, na sexta-feira (23), para o segundo jogo da série. A partida começará às 14h no horário de Brasília.
Zenit se impõe desde o início e resiste à pressão do Barça no fim, para vencer o jogo 1 e “roubar” a vantagem de mando de quadra
Por Rafael Bittelbrunn
No primeiro jogo da série, o Barcelona recebeu o Zenit e foi surpreendido, saindo com uma derrota por 74 a 76. Apesar de ser um jogo entre o primeiro colocado na fase regular, Barcelona, e o oitavo, Zenit, também era um confronto entre as duas melhores defesas em pontos sofridos. E o Zenit conseguiu tirar melhor proveito disso, especialmente na primeira etapa.
As equipes começaram muito bem nos ataques, com alto aproveitamento dos arremessos. A defesa do Zenit era mais agressiva, dificultando mais o trabalho dentro do garrafão do Barcelona, além de pressionar bastante o armador (e cérebro da equipe) Nick Calathes. No ataque, a equipe russa aproveitava bem com Kevin Pangos e no jogo interno, com o Barça tendo algumas dificuldades defensivas. Os visitantes abriram 18 a 12, com o candidato a MVP, Nikola Mirotić, bem marcado e com apenas três pontos anotados. Mas então a segunda unidade barcelonista entrou em ação. Apertando mais a defesa e com melhores escolhas no ataque, o time da casa fez uma corrida de 9 a 0 e passou a frente no placar, abrindo três pontos, maior vantagem do Barcelona em toda a partida. O Zenit ainda conseguiu recuperar e terminou o primeiro quarto empatado em 21 pontos. Destaque para o alto aproveitamento de arremessos dos russos, além do maior volume, em função dos três roubos de bola, somados aos cinco “turnovers” dos espanhóis.
No segundo quarto as coisas ficam ainda mais difíceis para o Barcelona. A equipe continua cometendo erros (grande deficiência do time) e com dificuldades de defender o garrafão. Além disso, a defesa do Zenit é mais forte, fazendo com que o time da casa tenha muitas dificuldades para pontuar. Apenas Cory Higgins tem um pouco mais de destaque, buscando mais o jogo, mas o aproveitamento dos dois pontos da equipe é péssimo (2 de 11 no quarto). Já a equipe russa, além de defender muito bem, também mantém o alto aproveitamento de quadra, especialmente do perímetro (4 de 5 no período). Após uma corrida de 13 a 1, o Zenit abre 17 pontos de vantagem, faltando cerca de um minuto para o intervalo. As equipes vão para o vestiário com os visitantes tendo 14 pontos de frente e controle da partida, e o técnico do Barça, Šarūnas Jasikevičius, muito irritado com o desempenho da equipe, gritando o tempo todo. Não é para menos. A equipe da casa termina com aproveitamento de 30% nos dois pontos (6 de 20), sete “turnovers” e nenhum roubo de bola, enquanto o Zenit fecha a primeira etapa com 64% dois pontos (14 de 22) e 67% dos três pontos (6 de 9), além de cinco roubos de bola e apenas três “turnovers“.
Na volta do intervalo, o time espanhol aperta mais a defesa e tenta impor o seu ritmo de jogo. O aproveitamento de quadra melhora bastante, a equipe cuida melhor da bola (apenas um turnover no quarto) e consegue voltar para o jogo. Além de Higgins, Brandon Davies e Mirotić também contribuem mais, assim como Calathes também começa a aparecer mais para o jogo. Já a equipe russa sente mais a defesa do Barça e, assim como em outros jogos na fase regular, não consegue repetir o desempenho do primeiro tempo. O aproveitamento de três pontos desaba (apenas 1 de 6 no quarto) e, após uma parcial de 17 a 5, a vantagem dos russos fica em apenas dois pontos. Mas o time da casa não consegue avançar mais, e o Zenit abre oito pontos, com grande contribuição de KC Rivers. O jogo fica mais equilibrado, mas os visitantes ainda conseguem levar uma vantagem de sete pontos para o quarto decisivo.
Logo no início do quarto final, uma cesta de três pontos de Kyle Kuric ajuda a reduzir a diferença e dá uma moral maior para a equipe. O jogador apareceu com força no último período, marcando nove pontos e tentando dar a vitória contra seu ex-time. Mas o Zenit tinha vários jogadores contribuindo ofensivamente, além de Pangos e Rivers, como Will Thomas e Austin Hollins, sem falar em Tarik Black e Alex Poythress, muito bem defensivamente. Com cerca de cinco minutos para o final da partida, o lituano Artūras Gudaitis torceu o tornozelo, para não voltar mais ao jogo.
Mas a partida seguia equilibrada, com o Zenit sempre mantendo a dianteira, não dando chances ao favorito Barcelona. Finalmente, com pouco mais de dois minutos para o final, o Barcelona consegue o empate (68 a 68), mas logo respondido com uma bola de três de Pangos. Na sequência, Davies também mata uma bola do perímetro e empata novamente a partida. Após alguns erros das duas equipes, Davies acerta um de dois lances livres e põe a equipe da casa na frente, pela primeira vez desde o primeiro quarto. Mas o Zenit não se intimida, e Rivers mata outra bola longa, com 45 segundos para o final. No ataque do Barcelona, novamente Davies, após rebote ofensivo, colocando tudo igual novamente. No ataque derradeiro da equipe russa, Kevin Pangos faz jogada individual e converte os dois pontos, deixando apenas dez segundos para o Barcelona. E a equipe da casa não trabalha bem o ataque final, fica presa na marcação, e Higgins arrisca um arremesso de longa distância, sem sucesso, dando a vitória, surpreendente, ao time de São Petersburgo.
Assista aos melhores momentos da partida:
Destaque individual para Kevin Pangos, com 19 pontos, (4 de 6 do perímetro), três rebotes e nove assistências, com o PIR de 33! Também Will Thomas, com 12 pontos, e KC Rivers, com 11 pontos, foram muito importantes para a equipe, que teve 59% de aproveitamento nos dois pontos e 46% nos três pontos (10 de 22). Pelo Barcelona, Brandon Davies teve 18 pontos, nove rebotes e uma assistência, enquanto Cory Higgins deixou 15 pontos, dois rebotes e seis assistências. Os destaques da equipe, Mirotić e Calathes, deixaram a desejar, com dez e oito pontos, respectivamente, enquanto Pau Gasol jogou apenas cinco minutos, com três pontos anotados. O segundo jogo da série acontece nesta sexta-feira, também em Barcelona. A bola sobe às 16h do horário de Brasília.