Por Matheus Irias e Thiéres Rabelo
O EuroBasket feminino, principal competição de seleções femininas do continente europeu, acontecerá entre os dias 17 e 27 deste mês. O torneio acontece em duas cidades-sede: Strasbourg, na França, e Valência, na Espanha. A competição serve de classificação para as eliminatórias européias para a Copa do Mundo de 2022, com as seis primeiras colocadas na classificação final garantindo sua vaga.
Além das duas nações anfitriãs, que tiveram vaga automática para a competição, outras 14 seleções se classificaram através de eliminatórias. As equipes estão divididas em quatro grupos com quatro times em cada, onde o primeiro colocado avança diretamente para as quartas-de-final. Já os times que terminarem em segundo e terceiro lugar de seus grupos (oito ao todo) avançam para disputarem entre si as quatro vagas restantes, em jogos eliminatórios. Quem vencer, avança para as quartas (entenda na imagem abaixo).
Cada time enfrentará um oponente de seu grupo na primeira fase apenas uma vez. Ao fim dos três jogos, terá início a fase final, prevista para começar no dia 21/06. Dali, até a final, todas os confrontos são eliminatórios e a grande final está prevista para o dia 27/06. Ao fim deste texto, você pode conferir todos os jogos de cada grupo, já convertidos para o horário de Brasília.
Conheça abaixo um pouco sobre cada um dos quatro grupos:
Grupo A
Campeã das últimas duas edições do EuroBasket e co-anfitriã nesse ano, a Espanha vem para a competição com algumas baixas no elenco. Laura Nicholls e Marta Xargay, que foram peças importantes no título de 2019, vão se ausentar. A coisa piora com a notícia de que as convocadas Alba Torrens (MVP em 2017) e Tamara Abalde testaram positivo para COVID-19. Ainda assim, o time possui qualidade suficiente para ser apontado como o favorito do grupo.
A tendência é que as duas vagas restantes fiquem com Suécia, que tem as irmãs Frida Eldebrink e Elin Eldebrink como principais destaques, e Belarus, cujas principais jogadoras são Alex Bentley, Maryia Papova e Anastasiya Verameyenka. A Eslováquia corre por fora e vê as possibilidades de classificação diminuírem com a lesão da armadora Barbora Balintova.
Grupo B
Sem dúvidas este é o “grupo da morte”, principalmente pelo fato de ser o único grupo com três seleções que estão rankeadas entre as nove melhores da Europa no momento: Sérvia, em 5º lugar, Grécia, em 8º, e Itália, em 9º.
Mesmo que nas eliminatórias a equipe tenha passado por mais dificuldades do que o esperado (apesar de ter conseguido vencer todos os jogos), a Sérvia ainda pode ser considerada a grande favorita do grupo. A americana naturalizada Yvonne Anderson caiu como uma luva no time e é hoje seu grande diferencial. Mas a treinadora Marina Maljković conta ainda com Jelena Brooks e Sonja Vasić, por exemplo, para tentar reconquistar o ouro, que conquistaram em 2015.
A Itália tem sua melhor geração em anos e o time tem a faca e o queijo nas mãos para talvez conseguir ir o mais longe na competição em mais de uma década. Talvez o time não seja capaz de roubar das sérvias o primeiro lugar, mas o time comandado pela ótima Cecilia Zandalasini está um degrau acima das outras duas. Resta saber como o time irá lidar com a ausência de Francesca Dotto, armadora titular, que pediu dispensa.
Grécia e Montenegro lutarão pela última vaga, com as montenegrinas talvez estando com uma pequena vantagem no momento, pois a seleção grega não contará com a ala Eleánna Christináki, um dos pilares ofensivos da equipe. Muito provavelmente a vencedora do confronto direto entre essas duas equipes, que acontece logo na primeira rodada, ficará com a última vaga.
Grupo C
Nesse grupo, a seleção belga é a principal candidata para a vaga direta para as quartas de final. O país vem conseguindo resultados históricos nos últimos anos, como a classificação inédita para os Jogos Olímpicos, e conta com a liderança das brilhantes Emma Meesseman e Julie Allemand na luta por uma medalha no EuroBasket.
Dentre as seleções restantes, a Eslovênia parece ter boas chances de ficar com o segundo lugar. A equipe possui um elenco bem sólido e fez uma qualificatória impecável, com seis vitórias e nenhuma derrota. É uma excelente oportunidade para que o país alcance as quartas de final da competição pela primeira vez na história.
A última vaga do grupo deve ser bastante disputada entre Bósnia e Herzegovina e Turquia. O grande nome bósnio é a pivô Jonquel Jones, que teve um início de temporada avassalador na WNBA e deixou temporariamente sua equipe, o Connecticut Sun, para representar sua seleção no EuroBasket. A Turquia, por sua vez, não tem uma jogadora tão talentosa quanto Jones, mas possui um elenco um pouco mais profundo formado por jogadoras de bom nível da liga turca.
Grupo D
A França chega para esta edição não apenas como a favorita para este difícil grupo, mas, por causa das baixas que a Espanha sofreu, a equipe também pode ser considerada a grande favorita à medalha de ouro. O principal fator que pode atrapalhar a equipe francesa é a pressão psicológica, pois o time joga em casa e carrega uma espécie de “obrigação” de vencer, após ser vice-campeã nas últimas quatro edições.
A Rússia é a segunda força do grupo, com o trio com a dupla Raisa Musina e Maria Vadeeva vivendo grande fase. Sua classificação para a próxima fase é quase que certa. Mas não se sabe até onde o time pode chegar, seleção esta que não vence o ouro desde a edição 2011 e sequer alcançou a semifinal nesse intervalo.
Espera-se que a Croácia fique com a terceira vaga ou até incomode a Rússia no confronto direto pelo segundo lugar, especialmente se a ala-armadora Ivana Dojkić repetir a atuação espetacular que teve pela seleção nas eliminatórias, em que manteve médias de 25,5 pontos e 5,5 assistências por jogo. A República Tcheca não é carta fora do baralho, principalmente por ter feito uma ótima campanha nas eliminatórias, mas, em um grupo tão difícil e com um time tão jovem, seria uma surpresa se a equipe avançasse de fase.