Prévia 2021-22: Panathinaikos

Na temporada passada, em meio à crise econômica e política, o Panathinaikos tentou se virar com reforços medíocres, muitos dos quais sequer “vingaram”, e isso se refletiu na fraca campanha final. Para esta temporada, o clube terá um pequeno aumento de renda, especialmente com a volta de seu torcedor ao ginásio. E os reforços para esta temporada parecem ser bem mais sólidos que os de um ano atrás. Será que os Verdes conseguirão sair do incômodo jejum de aparições nos playoffs?

Quem chegou

Dimítris Príftis (treinador, veio do UNICS Kazan-RUS) / Okaro White (PF, UNICS Kazan-RUS, estadunidense, 29 anos) / Kendrick Perry (PG, Cedevita Olimpija-SLO, estadunidense, 28 anos) / Jehyve Floyd (C, Hapoel Gilboa Galil-ISR, estadunidense, 24 anos) / Jeremy Evans (PF, Olimpia Milão-ITA, estadunidense, 33 anos) / Daryl Macon (SG/PG, A.E.K. Atenas-GRE, estadunidense, 25 anos) / Vassílis Kavvadás (C, Iraklís-GRE, grego, 29 anos)

Quem saiu

Oded Kattash (treinador, até o momento sem clube) / Ben Bentil (PF, ganês, 26 anos, foi para o Bahçeşehir Koleji-TUR) / Dínos Mítoglou (PF, grego, 25 anos, foi para a Olimpia Milão-ITA) / Aaron White (PF/SF, estadunidense, 28 anos, foi para o Estrela Vermelha-SER) / Giórgos Kalaitzákis (SG, grego, 22 anos, Milwaukee Bucks-EUA) / Mario Hezonja (SG/SF, croata, 26 anos, foi para o UNICS Kazan-RUS) / Zach Auguste (C/PF, estadunidense, 28 anos, foi para o Cedevita Olimpija-SLO) / T. J. Bray (SG/PG, estadunidense, 29 anos, decidiu aposentar-se)

Desempenho geral na temporada passada

Na temporada passada o Panathinaikos levou um duro golpe antes mesmo da temporada começar, quando o jogador contratado para ser seu armador titular ao longo do ano, Pierre Jackson, pediu para se desligar do clube. Assim, o time grego passou a maior parte do ano tendo que improvisar o ala cubano Howard Sant-Roos na posição. Outra dificuldade pela qual a equipe passou foi o rendimento muito abaixo do esperado de Marcus Foster. Pelo menos nessa posição, o time contou com a grata surpresa de Nemanja Nedović, que se tornou um dos pontuadores mais perigosos de toda a Euroliga.

Porém, a falta de sorte voltaria a assolar os Verdes, que viram esse mesmo Nedović começar a sofrer com lesões, as quais o obrigaram a perder a maior parte da reta final da temporada. Ao fim da primeira metade da temporada, duas mudanças significativas aconteceram: o técnico Giórgos Vóvoras foi demitido e o ex-atleta do clube Oded Kattash. assumiu seu lugar. Já em fevereiro, o time fez a contratação bombástica do ala-armador croata Mario Hezonja, diretamente do Portland Trail Blazers (EUA).

Naquele momento, pareceu que a temporada européia dos atenienses poderia ser salva, especialmente quando eles derrotaram o maior rival, Olympiacos (GRE), completando uma seqüência de quatro vitórias em seis jogos. Mas este momento positivo foi apenas ilusão, pois foi seguido de uma seqüência de sete derrotas em oito jogos, que colocaram fim a quaisquer pretensões de playoffs. Restou ao clube dominar e vencer as competições nacionais com um “pé nas costas”, dado o baixo nível de competição doméstica. O clube ficou com o título de campeão grego e da copa grega.

Reforço(s) mais importante(s) para esta temporada

O Panathinaikos passou por uma pequena “revolução” em seu elenco e filosofia e há vários candidatos a reforço mais importante. A equipe adicionou muito atleticismo ao seu garrafão, um dos pontos mais fracos do time no ano passado, e isso foi de suma importância. Daryl Macon traz uma ameaça ofensiva muito forte vindo do banco, caso se adapte ao nível da Euroliga. A chegada do técnico Dimítris Príftis tem tudo para tornar a equipe mais forte defensivamente e isso, caso aconteça, será de grande valia. Porém, um reforço me chama mais atenção do que todos os outros.

Como mencionado anteriormente, os Verdes jogaram praticamente a temporada passada inteira sem um armador de ofício. Foi um golpe duro para um time que passou quase duas décadas com dois dos armadores mais renomados da história da Grécia e perdeu o mais recente deles, Nick Caláthes, para o Barcelona, no ano passado. Portanto, a chegada de Kendrick Perry é, na minha visão, a que tem potencial para fazer a maior diferença. Não é como se Perry fosse um craque, mas ele teve uma temporada de muito destaque na EuroCup, no ano passado. Caso ele se encaixe bem no esquema de Príftis, ele poderá ser o “maestro” do ressurgimento do Panathinaikos.

O que esperar nesta Euroliga

O Panathinaikos é uma das grandes incógnitas para esta temporada. Sabe-se que o time recuperou bastante de sua saúde financeira e, com o retorno dos torcedores ao ginásio de O.A.K.A., essa parte tende a se estabilizar ainda mais. E não só isso, mas a presença dos fãs também poderá fazer muita diferença para a equipe em si, dentro de quadra.

Sobre os reforços trazidos para este ano, todos eles parecem ser muito mais sólidos do que os do ano passado. Príftis levou o UNICS Kazan à final da última EuroCup e, por conseqüência, à classificação para a Euroliga, com uma equipe que jogou um basquete de muita qualidade. Já com bastante experiência, ele tem tudo para elevar o nível desta equipe também, assim como fez com o clube russo em quatro temporadas.

É impossível não citar a “traumática” saída de Hezonja – pelo menos do ponto de vista do torcedor. O croata conquistou a torcida do clube desde o início e não demorou a se tornar um ídolo do time. Ele acabou optando por não aceitar a proposta de renovação dos gregos, aceitando uma proposta melhor do UNICS. Enquanto ele é um dos melhores jogadores da Europa no momento, o Panathinaikos pode se dar o benefício da dúvida, por ter o combo de Nedović e Macon para a mesma posição, dupla esta que tem potencial para ser uma arma ofensiva mortal.

Por ser um time com tantas incertezas, é difícil imaginar que o Panathinaikos seja um candidato ao título já nesta temporada. Mas é possível de se imaginar que o time vá lutar por uma das oito vagas aos playoffs, evitando assim uma ausência de três anos seguidos nas quartas-de-final, fato que não ocorre desde a temporada 1975-76.