A Euroliga enfrentou uma enxurrada de críticas no início desta semana. Vários clubes anunciaram nos últimos dias surtos de contaminação pela COVID-19 e alguns deles não conseguiram reunir atletas saudáveis o suficiente para a realização de suas partidas, sendo estas canceladas. Como previsto em seu regulamento especial para problemas relacionados ao Coronavírus, a organização levou a juízo e declarou tais clubes perdedores das partidas canceladas, o que causou críticas dos próprios atletas. Assim, a competição decidiu nesta quarta-feira (14) voltar atrás e passará a apenas adiar as partidas, sem apontar vencedor ou perdedor, ao invés de cancelá-las. Entenda todos os detalhes do caso.
Surtos de novos infectados nos clubes causa cancelamento de jogos
Duas partidas da 3ª rodada, que acontece nesta terça e quarta-feira (13 e 14) foram oficialmente canceladas. O Zenit São Petersburgo (RUS) havia anunciado no domingo que foram detectados oito novos infectados no clube, levando o total para 13 (oito atletas, quatro treinadores e um massagista) e impossibilitando que o clube tivesse o mínimo de oito atletas para jogar. Desta forma, ambas as partidas que o time faria nesta semana de rodada dupla na Espanha, contra Baskonia (ESP) e Valencia (ESP), foram canceladas na segunda-feira. O time sequer deixou a Rússia e encontra-se em isolamento.
Na terça-feira pela manhã, o ASVEL (FRA) anunciou que quatro novos membros do clube foram infectados com o vírus, levando o total para onze, o que também causou o cancelamento de sua partida nesta rodada, em casa contra o Panathinaikos (GRE), poucas horas antes de seu horário marcado. Na manhã desta quarta-feira saiu o anúncio de que a partida que aconteceria na quinta-feira (15), contra o Estrela Vermelha, válida pela 4ª rodada, também fora cancelada, pelo ASVEL não ter o mínimo de atletas.
Organização recebe críticas por cancelar jogos e volta atrás na decisão
Além da crise de propagação do vírus, que está colocando atletas e membros dos clubes em risco de vida, a EuroLeague Basketball, empresa que organiza a Euroliga e a EuroCup, também recebeu muitas críticas pela forma com que estava lidando com os cancelamentos dos jogos.
Seguindo um regulamento especial para problemas causados pela COVID-19, mais especificamente o artigo 6º, ao invés de adiar as partidas para uma nova data, a empresa está decidindo em juízo que nos jogos em que uma equipe não conseguir reunir o número mínimo de atletas (oito), tal equipe será considerada a perdedora da partida pelo placar de 20 a 0. Foi o que já aconteceu oficialmente com as duas partidas canceladas do Zenit e o que também já aconteceu oficialmente em partidas da EuroCup.
A postura da organização causou críticas de vários atletas em suas redes sociais. Também, o técnico Dimitris Itoudis, do CSKA Moscou (RUS), veio a público declarar que as medidas em questão “estão diminuindo o nível de competitividade da competição”. Mas a boa notícia veio no início da tarde (horário brasileiro) desta quarta-feira, com a organização anunciando que propôs uma modificação no artigo 6º, dando aos clubes afetados a chance de marcar as partidas em uma nova data até três vezes se necessário. A decisão valerá para todas as partidas anteriormente canceladas, mas ela ainda precisa ser aprovada pelos clubes, para que as derrotas aplicadas em juízo sejam revogadas.