Por Kevin de Jesus
Foi concluída nesta quinta-feira (10) a primeira das semifinais da Liga Endesa, o campeonato espanhol. Após uma vitória para cada lado nos dois primeiros jogos, o Real Madrid teve muito trabalho, mas conseguiu derrotar o Valencia na terceira partida, em Madri, e se tornou o primeiro finalista da temporada 2020-21 da ACB. Agora, o Real aguarda a conclusão da série entre Barcelona e Tenerife, cujo terceiro e decisivo jogo acontece nesta sexta-feira (11), às 17h do horário brasileiro, na Catalunha. Leia abaixo um breve resumo sobre cada uma das três partidas do confronto das semifinais entre Real e Valencia.
Jogo 1: Real Madrid 81 x 70 Valencia
No domingo (6), o Real Madrid abriu a semifinal com vitória pra cima do Valencia, que pagou caro pelo seu mau começo de partida, por um placar de 81 a 70. O time da casa contou com o apoio de sua torcida, que pôde presenciar a grande exibição da dupla de garrafão Walter Tavares e Usman Garuba no domínio dos rebotes e de Fabien Causeur, calibrado no perímetro. Tavares, com 17 pontos, 11 rebotes, um bloqueio e 25 de valoração, e seu parceiro Garuba, com seis pontos, 12 rebotes e 17 de valoração, foram fundamentais para os “Merengues” dominarem do início ao fim um jogo marcado pela diferença absurda nos rebotes (52 a 33). E não podemos nos esquecer do francês Causeur, que também foi fundamental, autor de 24 pontos e cinco triplos.
Madrid teve um início forte, foi mais intenso que seu oponente e apresentou ideias muito mais claras, o que permitiu criar uma pequena vantagem rapidamente, com Tavares fazendo um trabalho excepcional no garrafão e Jeffery Taylor causando danos no perímetro do adversário. No ataque, o Valencia não conseguiu nada. Eles levaram três minutos e meio para acordar e marcar sua primeira cesta no jogo. Pareciam desarrumados em cada posse, forçando o técnico Jaume Ponsarnau a pedir tempo após cinco minutos e meio para reorganizar seu sistema e introduzir três mudanças que evitaram problemas maiores.
Após isso, o visitante emendou uma parcial de 6 a 0 a seu favor, para se colocar de volta no jogo. Porém, o Real Madrid continuava defendendo e pontuando em um grande ritmo e, dessa forma, o time da casa terminou o primeiro quarto vencendo por um placar de 25 a 14. Com a intensidade de Garuba nos rebotes e a boa armação de Carlos Alocén, foi adicionado o aproveitamento de Causeur, que conseguia converter tudo, assim mantendo a situação sob controle. Porém, Bojan Dubljević, com oito pontos consecutivos, apertou o placar logo depois.
O Valencia parecia estar melhor do que no início, mas não foi suficiente para neutralizar a força do Madrid e o aproveitamento do perímetro de seus jogadores, com os madrilenhos chegando a abrir 40 a 26. Todos os erros dos jogadores de Ponsarnau foram bem aproveitados pelo líder da temporada regular, que continuou com as ideias mais claras e com vários jogadores em uma sequência de acertos. Até que, pela segunda vez, a equipe de Valencia reagiu e tiveram uma parcial de 8 a 0 a seu favor. Mesmo estando perdendo por 16 pontos, eles foram capazes de se refazer para diminuir essa diferença e ir para o intervalo com um placar de 44 a 38.
Assim que o jogo recomeçou, Mike Tobey acertou uma bola tripla e colocou Valencia no jogo de vez. Mas Garuba e Tavares, geniais na defesa e decisivos no rebote ofensivo, acordaram o Madrid e impediram maiores desastres. O Valencia tentava, mas sem rebotes ou acertos nos arremessos externos e sem os pontos de Klemen Prepelič e Nikola Kalinić, a equipe não conseguia produzir nada. Suas más decisões no ataque resultaram em seus míseros oito pontos no terceiro quarto. Madrid, com uma boa defesa, conseguiu chegar aos últimos dez minutos vencendo por 58 a 46.
Assim que o periodo final começou, Rudy Fernández foi adicionado à lista de lesionados na equipe de Pablo Laso e teve que se retirar para o banco de reservas, enquanto Louis Labeyrie, com uma jogada de quatro pontos, tentava acordar o time de Valencia. O Real Madrid não estava nervoso e continuou pontuando, para manter a situação sob controle. A partida foi até o fim com troca de pontos, o que permitiu aos homens de Laso selar o primeiro jogo da semifinal com vitória.
Jogo 2: Valencia 85 x 67 Real Madrid
Na terça-feira (8), o Valencia reencontrou a intensidade que, nestes playoffs, só teve quando jogou em casa. Motivado por uma defesa com muito mais energia, o time de Valência venceu o Real Madrid, por um placar de 85 a 67.
Dubljević, com um triplo, abriu o confronto. O time da casa soube explorar bem a defesa dos visitantes, tirando Tavares de sua zona de conforto, e criando espaços no garrafão. Esses espaços vazios permitiram que o Valencia atacasse a defesa de seu rival com infiltrações de Prepelič. Os pontos de Jaycee Carroll mantiveram o Real Madrid no jogo (o placar mostrava 18 a 13). As entradas de Fernández e Causeur deram mais opções para o ataque da equipe de Laso.
O jogo ganhou um ritmo maior, porém ambas as equipes perderam a intensidade e o Valencia aproveitou para assumir a liderança (29 a 18). Vendo que conseguia pontuar com certa facilidade, o Valencia relaxou sua defesa, o que deu ao Real Madrid a opção de arremessar mais confortavelmente. Mas, para a surpresa de muitos, apenas Garuba conseguiu ser preciso no perímetro, o que significava que a melhora do visitante não teve nenhum efeito no placar. Com um arremesso convertido do perímetro de Martin Hermannsson, o Valencia conseguiu ir para o intervalo vencendo por um placar de 44 a 29.
Guillem Vives, com sua defesa forte em Carroll, minimizou o impacto que o ala-armador americano estava causando no jogo, com este sendo o jogador mais acionado no ataque do Madrid. O problema muscular de Alocén praticamente liquidou as chances do Real Madrid no jogo. O Valencia jogou, novamente com uma boa defesa, um final tranquilo. Laso, depois de tentar jogar sem um armador, teve que forçar a volta de Alocén, mesmo com problemas, para evitar uma derrota ainda mais vergonhosa.
Jogo 3: Real Madrid 80 a 77 Valencia
Nesta quinta-feira, o Real Madrid conseguiu a classificação para mais uma final de Liga Endesa após vencer, em uma partida muito disputada, um Valencia que não desistiu em nenhum momento, por um placar de 80 a 77. A partida foi decidida nos detalhes, onde o visitante, mesmo com a entrega, não conseguia controlar o jogo. Foi uma partida sensacional de Garuba (16 pontos, 14 rebotes e 23 de valoração), Causeur (15 pontos) e de Sergio Llull, que forçou seu retorno para somar 13 pontos e cinco assistências.
Como aconteceu no primeiro jogo da série, o Madrid iniciou mais ligado em busca da intensidade perdida em La Fonteta, no jogo anterior. Os “Merengues” conseguiram isso graças à ótima partida de Garuba que, mais uma vez, foi fundamental nos dois lados da quadra, brigando pelo rebote e conseguindo pontuar. O Valencia soube se recuperar da parcial do adversário que, assim como no primeiro jogo, iniciou com mais intensidade. Eles chegaram a ficar com um ponto diferença, até que Llull, com um triplo no estouro do cronometro, subiu o placar para 22 a 18 e assim terminou o primeiro quarto.
O equilíbrio continuou durante o segundo quarto. Os dois times conseguiram pontuar e isso impediu que o Valencia tomasse a liderança no placar e manteve os mandantes com vantagens mínimas. No ataque, os visitantes souberam aproveitar a qualidade do sérvio Kalinić e conseguiram empatar o jogo pela primeira vez no último minuto do primeiro tempo graças a dois arremessos livres de Dubljević. Garuba, com seu segundo triplo convertido na partida, manteve sua equipe na liderança, indo para o intervalo com um placar de 32 a 29.
No terceiro quarto, uma falta antidesportiva de Garuba resultou em cinco pontos dos visitantes. Novamente com uma boa recuperação, o Valencia empatou o jogo, mas o Real Madrid não perdeu o controle e, liderada por Causeur e Tavares, a equipe mandante emendou uma parcial de 13 a 5, que forçou Ponsarnau a pedir um tempo para evitar problemas maiores. Neste momento, o placar mostrava 57 a 49 para o Real. Seus jogadores responderam imediatamente e, com uma parcial de 5 a 0 no final do terceiro quarto, o Valencia se pôs de volta na disputa, perdendo por apenas 59 a 55.
No último período, o Madrid voltou a criar uma vantagem graças aos acertos no perímetro. Dois triplos de Llull e um terceiro de Taylor em um minuto e meio, abrindo nove de diferença. Mas mais uma vez a reação do Valencia foi imediata. Uma parcial de 8 a 0 voltou a equilibrar o jogo a cinco minutos do fim (68 a 67 para Madrid) e essa diferença mínima foi mantida até o último minuto, quando Garuba, com um ataque de cesta e falta, acabou com as chances do adversário, que lutou até o fim, mas pagou pelos seus erros no ataque.