Em outra série que mostrou muito equilíbrio ao longo da temporada (Liga ACB, Euroliga), o Valencia derrubou o atual campeão, Baskonia, em uma série que precisou de três jogos para ser decidida. Agora a equipe enfrenta o Real Madrid, repetindo o confronto das semifinais da temporada 2018-19, com a primeira partida na capital espanhola, no domingo (6).

QF D – Valencia 2 x 1 Baskonia

Jogo 1: Valencia 87 x 86 Baskonia

Em partida realizada na segunda-feira (31), o Valencia recebeu o Baskonia e venceu com dificuldades, por 87 a 86. O time basco teve grande oportunidade de sair em vantagem na série, mas não conseguiu fechar o jogo nos momentos finais, apesar de muita reclamação com a arbitragem no último lance da partida. O time da casa teve o apoio de 1.500 torcedores, que empurraram a equipe para conquistar importante vitória.

O Valencia começou melhor a partida, trabalhando bem na defesa e no ataque, com Mike Tobey sendo muito eficiente nos arremessos de quadra. Pelo Baskonia, o armador Pierriá Henry anotou os seis primeiros pontos da equipe, não deixando o time da casa escapar no marcador. Os dois times iam muito mal nas bolas do perímetro, mas o Valencia se aproveitava mais das oportunidades de lances livres (7 de 8 no período), fechando o primeiro quarto com vantagem de 22 a 18. Logo no início do segundo quarto, o Baskonia faz uma corrida de 7 a 0 e passa a frente no marcador, com ótima atuação de Alec Peters (11 pontos no período). O time da casa não consegue ter a mesma energia no ataque e apenas o esloveno Klemen Prepelič se destaca, com oito pontos no período (2 de 3 do perímetro). Mesmo não jogando tão bem no ataque, o Valencia encosta no placar e fica apenas um ponto atrás, quando sofre um apagão. O time fica mais de três minutos sem pontuar, leva uma parcial de 9 a 0, e vai para os vestiários perdendo por nove pontos (35 a 44).

Na volta do intervalo, o Valencia passar a ser mais agressivo na defesa e a focar suas ações ofensivas no poste baixo, especialmente com Nikola Kalinić e Bojan Dubljević. A estratégia dá resultado e a equipe começa a recuperar a partida, para delírio dos torcedores presentes. Além do jogo de garrafão, o veterano Dubljević também converte duas bolas do perímetro, deixando a desvantagem do time da casa em apenas três pontos (60 a 63). No período final, o Baskonia volta mais ligado e disposto a matar a partida, acertando três bolas do perímetro com três jogadores diferentes (Achille Polonara, Zoran Dragić e Rokas Giedraitis), abrindo nove de vantagem. Mas o Valencia é bem conduzido pelo armador Sam Van Rossom, seja pontuando, seja assistindo os companheiros, especialmente Kalinić. O francês Louis Labeyrie faz um quarto muito bom para o time da casa, enquanto Henry é o motor do Baskonia. Com cerca de dois minutos por jogar, o pivô Dubljević converte duas cestas seguidas e empata a partida (82 a 82), mas Giedraitis coloca os bascos na frente novamente no ataque seguinte. Tendo 43 segundos no relógio, uma bola tripla anotada por Labeyrie dá um ponto de vantagem ao time da casa, a qual é revertida com um floater de Henry no ataque seguinte. Restando apenas dez segundos no relógio, uma falta de Peters sobre Dubljević dá dois lances livres ao montenegrino, que converte sem hesitação. O Baskonia ainda tenta um ataque, com cinco segundos de jogo, mas Guillem Vives rouba a bola de Henry, decretando a vitória do time da casa. Os visitantes pediram falta no lance, mas nada foi marcado pela arbitragem.

Partida muito equilibrada coletivamente, com destaque individual para Bojan Dubljević, com 20 pontos, três rebotes, duas assistências e 22 de valoração, e Nikola Kalinić, com 18 pontos, sete rebotes, duas assistências, dois roubos e 24 de valoração, a maior da partida. No time basco, novamente Pierriá Henry foi destaque, com 15 pontos, três rebotes, três assistências, dois roubos e 18 de valoração.

Jogo 2: Baskonia 76 x 65 Valencia

Na quarta-feira (2), sem público, o Baskonia recebeu o Valencia no segundo jogo da série, e conseguiu importante vitória, por 76 a 65, empatando o confronto. Uma melhor defesa e um grande primeiro tempo foram fundamentais para os bascos garantirem o triunfo, forçando um terceiro jogo decisivo.

O início de jogo foi mais favorável ao Valencia, que explorava mais as jogadas dentro do garrafão com Derrick Williams e Nikola Kalinić, apesar das duas equipes terem dificuldades ofensivas. Com quase sete minutos jogados no primeiro quarto, o placar apontava apenas 8 a 12 para os visitantes, que já cometiam muitos turnovers. A partir daí, o time da casa toma o controle do jogo, no ataque e na defesa, aplicando uma parcial de 18 a 4 e vencendo o quarto por 26 a 16. O Valencia comete nove desperdícios no período, enquanto o Baskonia cuida melhor da laranja e consegue sete roubos, tendo maior volume de jogo, com Rokas Giedraitis e Tonye Jekiri sendo destaques. No segundo quarto, o domínio do Baskonia continuava, especialmente na defesa. A equipe conseguiu oito rebotes ofensivos no período e não teve nenhum desperdício, proporcionando um volume de jogo bem maior (23 arremessos contra 13 do Valencia), apesar do baixo aproveitamento. As equipes tinham dificuldades para pontuar, mas o time da casa se saía melhor e chegou a abrir 19 pontos de vantagem, com boa participação de Zoran Dragić, enquanto apenas Klemen Prepelič conseguia produzir algo para o Valencia (10 dos 12 pontos no período), baixando a diferença para 13 pontos antes do intervalo.

Na volta dos vestiários, os visitantes tentam estabelecer um jogo mais estático, com Williams, mas têm mais dificuldades quando o Baskonia acelera mais a partida. As equipes trocam cestas, porém o time da casa consegue manter uma boa vantagem, na casa dos 14 pontos, chegando a abrir 16 na metade do período. Essa diferença se mantém até o final do período, já que o Valencia continua com muitos desperdícios, além do lituano Giedraitis e do italiano Achille Polonara contribuírem com a metade dos pontos do Baskonia no período. No quarto final, logo a diferença sobe para 18 pontos, mas pouco a pouco o Valencia vai tentando reduzir a desvantagem. Após uma corrida de 7 a 0, a diferença chega a oito pontos (66 a 58), mas o Baskonia não deixa o Valencia chegar mais perto, muito por conta da atuação de Alec Peters, que garante a vitória para o time da casa.

Partida onde os desperdícios e os roubos de bola foram fundamentais, com o Baskonia vencendo por 9 a 21 o primeiro, e 13 a 6 no segundo. Além disso, a equipe da casa arremessou 18 bolas a mais de dois pontos (43 a 25), com bom aproveitamento de 56% (versus 68% do Valencia). Grande partida de Rokas Giedraitis, com 15 pontos, sete rebotes, duas assistências, quatro roubos, um toco e 24 de valoração, a maior da partida. Também merece destaque a partida de Pierriá Henry, com oito pontos, dois rebotes, dez assistências, quatro roubos e 19 de valoração. Para os valencianos, destaque para Klemen Prepelič, com 20 pontos, quatro rebotes, uma assistência, um roubo, e Derrick Williams, com 11 pontos e cinco rebotes.

Jogo 3: Valencia 78 x 73 Baskonia

Na sexta-feira (4) foi realizado o terceiro e decisivo jogo da série, com o Valencia novamente recebendo o Baskonia, com cerca de 1.000 torcedores presentes, e conseguindo a vitória (e a classificação) por 78 a 73. Foi um jogo onde o time da casa colocou mais energia desde o início, fazendo um bom primeiro tempo, e onde o cansaço do elenco reduzido do Baskonia pesaram no final.

O jogo começou com o Valencia sendo mais intenso no garrafão, sem arriscar muito de longa distância. A equipe dominava os rebotes, e tinha o sérvio Nikola Kalinić e o estadunidense Mike Tobey fazendo estragos no ataque. Apenas o italiano Achille Polonara, com bolas triplas, e Alec Peters, no final do quarto, conseguiam manter o Baskonia próximo no placar. Aliás, a equipe visitante tentava mais de longa distância do que de dois pontos, mas sem sucesso (com exceção de Polonara), com o primeiro quarto fechando em 23 a 19 para os “Laranjas”. No segundo quarto, o Valencia continua explorando seus homens grandes, agora com Bojan Dubljević e Louis Labeyrie, mas o esloveno Zoran Dragić entra bem na partida e deixa a diferença em um ponto. Porém, os valencianos continuam fortes no ataque, além de pressionar mais na defesa, fazendo com que o Baskonia cometa alguns desperdícios de bola. Isso permite uma corrida de 9 a 0 e uma vantagem de dez pontos no placar, obrigando o técnico do time basco, Duško Ivanović, a parar a partida. A conversa surte algum efeito, mas logo Joan Sastre coloca novamente o Valencia em vantagem de dez pontos, conseguindo levar uma boa diferença para o intervalo (43 a 34).

Na volta pro segundo tempo, as equipes trocam cestas, com o Baskonia mais disposto a reverter a desvantagem, mas o Valencia conseguindo administrar bem com Sam Van Rossom e Tobey. O lituano Rokas Giedraitis finalmente aparece para o time basco, anotando oito pontos no período, porém insuficientes para encostar no placar. As duas equipes perdem oportunidades: o Valencia de aumentar a distância, pois força muitas bolas longas, sem sucesso; e o Baskonia de reduzir a desvantagem, com o fôlego já comprometido. Uma bola de três no estouro do cronômetro, convertida por Alec Peters, reduz a margem para seis pontos, dando mais esperanças aos visitantes, e preocupação ao time da casa. No quarto decisivo, o Baskonia começa com mais intensidade, reduzindo a diferença para três pontos, mas Labeyrie e Kalinić aproveitam bem as chances de lances livres e abrem novamente uma boa diferença (nove pontos), com quatro minutos por jogar. A briga fica bem acirrada nos minutos finais e o Baskonia não desiste, conseguindo deixar a diferença em apenas dois pontos, após bola tripla de Polonara, com pouco mais de um minuto por jogar. Mas Giedraitis e Pierriá Henry (este muito cansado) falham nos últimos lances, e o Valencia consegue sair com a vitória suada e mantém vivo o sonho do segundo título da Liga ACB.

A equipe do Valencia acabou com ótimo aproveitamento dos arremessos de dois pontos, acertando 23 de 35 tentativas (66%), muito em função do jogo mais próximo da cesta. Partida gigante do sérvio Nikola Kalinić, com 18 pontos, sete rebotes, três roubos e 29 de valoração, bem acompanhado pelo francês Louis Labeyrie, com 12 pontos, cinco rebotes e dois tocos. Para o eliminado Baskonia, restou a boa partida do italiano Achille Polonara, com 15 pontos (4 de 5 da bola tripla), cinco rebotes, duas assistências, um roubo, um toco e 20 de valoração, além da boa contribuição do banco do esloveno Zoran Dragić, com 16 pontos.

By Tabela de Ferro

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