Com sede em Colônia, na Alemanha, o grupo B pode ser considerado facilmente o mais forte do EuroBasket de 2022, com pelo menos três seleções em busca do título: Eslovênia, França e Lituânia. Além disso, conta com a seleção anfitriã que, mesmo desfalcada, pode surpreender, a difícil Bósnia e Herzegovina, que bateu os franceses em jogo recente pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, e a Hungria, que é o “azarão” do grupo. E falando de tradição, o grupo B também reúne o maior número de títulos (7) e medalhas totais (22) em EuroBasket, sendo a Bósnia a única seleção a não conquistar uma medalha até o momento.

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As equipes

🇩🇪Alemanha

Participações no EuroBasket: esta será a 25a participação na competição continental, sendo a 14a seguida, e a quinta vez como sede do evento;

Melhor(es) resultado(s): os germânicos conseguiram sua única medalha de ouro no EuroBasket em 1993, em uma das vezes que sediaram a competição, tendo Chris Welp como MVP do torneio. Em 2005 ficaram com o vice-campeonato, perdendo a final para a Grécia, apesar do excelente torneio de Dirk Nowitzki (MVP e cestinha);

Elenco desta edição:

Armadores

Maodo Lô (Alba Berlim-ALE)
Dennis Schröder (sem clube)
Justus Hollatz (Breogán-ESP)
Andreas Obst (Bayern Munique-ALE)

Alas-armadores e alas

Niels Giffey (sem clube)
Franz Wagner (Orlando Magic-EUA)
Nick Weiler-Babb (Bayern Munique-ALE)

Alas-pivôs e pivôs

Johannes Voigtmann (Olimpia Milão-ITA)
Jonas Wohlfarth-Bottermann (Hamburg Towers-ALE)
Johannes Thiemann (Alba Berlim-ALE)
Christian Sengfelder (Bamberg-ALE)
Daniel Theis (Indiana Pacers-EUA)

Técnico: Gordon Herbert (Canadá/Finlândia)

🇧🇦 Bósnia e Herzegovina

Participações no EuroBasket: esta será a décima vez que os bósnios participam do principal torneio de seleções da Europa, desde a sua independência da Iugoslávia, tendo ficado de fora da edição de 2017;

Melhor(es) resultado(s): em sua estreia como nação independente, em 1993, obteve seu melhor resultado em EuroBasket até o momento, com um oitavo lugar, sendo eliminada nas quartas-de-final pela Croácia, apesar de ter o cestinha da competição (Sabahudin Bilalović);

Elenco desta edição:

Armadores

Sani Čampara (Zadar-CRO)
Amar Gegić (sem clube)
John Roberson (Manisa BB-TUR)

Alas-armadores e alas

Edin Atić (Budućnost-MNE)
Džanan Musa (Real Madrid-ESP)
Aleksandar Lazić (Budućnost-MNE)
Ajdin Penava (sem clube)
Adin Vrabac (Belfius Mons-Hainaut-BEL)

Alas-pivôs e pivôs

Miralem Halilović (Nanterre 92-FRA)
Kenan Kamenjaš (Budućnost-MNE)
Jusuf Nurkić (Portland Trail Blazers-EUA)
Emir Sulejmanović (Bilbao-ESP)

Técnico: Adis Bećiragić (Bósnia/Turquia)

🇸🇮Eslovênia

Participações no EuroBasket: esta será a 14a participação eslovena no EuroBasket, desde a independência da Iugoslávia, todas consecutivas, com o país sendo sede em 2013;

Melhor(es) resultado(s): a equipe conquistou seu único título de EuroBasket na última edição do torneio, em 2017, com Goran Dragić sendo eleito o MVP da competição;

Elenco desta edição:

Armadores

Luka Dončić (Dallas Mavericks-EUA)
Goran Dragić (Chicago Bulls-EUA)
Aleksej Nikolić (San Pablo Burgos-ESP)
Žiga Samar (Hamburg Towers-ALE)
Luka Rupnik (sem clube)

Alas-armadores e alas

Jaka Blažič (Bahçeşehir-TUR)
Klemen Prepelič (Valencia-ESP)
Vlatko Čančar (Denver Nuggets-EUA)
Zoran Dragić (Cedevita Olimpija-SLO)

Alas-pivôs e pivôs

Žiga Dimec (sem clube)
Edo Murić (Cedevita Olimpija-SLO)
Mike Tobey (Barcelona-ESP)

Técnico: Aleksander Sekulić (Eslovênia)

🇫🇷França

Participações no EuroBasket: a França estará presente em sua 39a edição de EuroBasket, recorde entre todas as seleções, ficando de fora apenas em 1969 e 1975, tendo sido anfitriã em quatro oportunidades;

Melhor(es) resultado(s): os franceses conquistaram o EuroBasket em 2013, batendo a Lituânia na final, com Tony Parker como MVP e cestinha da competição. Também foram vice-campeões em duas oportunidades (1949 e 2011), além da terceira colocação em seis ocasiões;

Elenco desta edição:

Armadores

Élie Okobo (Monaco-FRA)
Thomas Heurtel (sem clube)
Andrew Albicy (Gran Canaria-ESP)
Theo Maledon (Oklahoma City Thunder)

Alas-armadores e alas

Evan Fournier (New York Knicks-EUA)
Timothé Luwawu-Cabarrot (sem clube)
Terry Tarpey (Le Mans-FRA)

Alas-pivôs e pivôs

Amath M’Baye (Anadolu Efes-TUR)
Guerschon Yabusele (Real Madrid-ESP)
Moustapha Fall (Olympiacos-GRE)
Vincent Poirier (Real Madrid-ESP)
Rudy Gobert (Minnesota Timberwolves-EUA)

Técnico: Vincent Collet (França)

🇭🇺Hungria

Participações no EuroBasket: a Hungria fará sua 16a participação, sendo a segunda consecutiva, após uma “seca” de apenas uma participação (1999) em 23 edições;

Melhor(es) resultado(s): os húngaros tiveram seleções bastante competitivas nas décadas de 1940 e 1950, conquistando o EuroBasket em 1955, quando também sediou o torneio. Na edição anterior (1953) a seleção foi vice-campeã e em 1946 ficou com o terceiro lugar;

Elenco desta edição:

Armadores

Dávid Vojvoda (Alba Fehérvár-HUN)
Zoltán Perl (Falco Szombathely-HUN)
Benedek Váradi (Rytas Vilnius-LIT)
Ádám Hanga (Real Madrid-ESP)

Alas-armadores e alas

Ádám Somogyi (Alba Fehérvár-HUN)
Szilárd Benke (Gravelines-Dunkerke-FRA)
Csaba Ferencz (BC Körmend-HUN)

Alas-pivôs e pivôs

Mikael Hopkins (Regio Emilia-ITA)
Rosco Allen (Niigata Albirex-JAP)
Ákos Keller (Falco Szombathely-HUN)
György Golomán (Lietkabelis-LIT)
János Eilingsfeld (Atomerőmű-HUN)

Técnico: Stojan Ivković (Montenegro)

🇱🇹Lituânia

Participações no EuroBasket: esta será a 15a participação da seleção lituana, sendo a 13a consecutiva, considerando que entre 1946 e 1991 o país esteve anexado à União Soviética, com os lituanos disputando o torneio por este país;

Melhor(es) resultado(s): a Lituânia é a seleção com mais títulos no grupo B, tendo vencido o torneio europeu em três oportunidades: 1937, 1939 (quando foi sede) e 2003, sendo este último diante da Espanha e tendo Šarūnas Jasikevičius como MVP da competição. A equipe também foi vice-campeã em três oportunidades (1995, 2013 e 2015) e levou o bronze em 2007;

Elenco desta edição:

Armadores

Rokas Jokubaitis (Barcelona-ESP)
Kristupas Žemaitis (BC Wolves-LIT)
Lukas Lekavičius (Žalgiris Kaunas-LIT)

Alas-armadores e alas

Rokas Giedraitis (Baskonia-ESP)
Marius Grigonis (Panathinaikos-GRE)
Ignas Brazdeikis (Žalgiris Kaunas-LIT)
Arnas Butkevičius (Žalgiris Kaunas-LIT)

Alas-pivôs e pivôs

Domantas Sabonis (Sacramento Kings-EUA)
Mindaugas Kuzminskas (sem clube)
Eigirdas Žukauskas (BC Wolves-LIT)
Jonas Valančiūnas (New Orleans Pelicans-EUA)
Martynas Echodas (Rytas Vilnius-LIT)

Técnico: Kazys Maksvytis (Lituânia)

Há um favorito ao ouro saindo deste grupo?

O grupo B é o mais forte da competição, por incluir três seleções com reais chances de títulos: Eslovênia, França e Lituânia. Os dois primeiros aparecem como grandes favoritos nos principais rankings especializados, e seria muito surpreendente se nenhuma das duas seleções chegasse até a grande final. A Eslovênia é a atual campeã do EuroBasket, foi semifinalista em sua primeira participação olímpica, ano passado, e possui um dos melhores jogadores (se não o melhor) da atualidade, Luka Dončić. Além disso, teve a volta do experiente armador Goran Dragić (MVP da edição anterior), agora como coadjuvante do jovem “tesouro”, mas ainda com um arsenal ofensivo acima da média. Com um jogo de transição em alta velocidade e um elenco que está junto a mais de quatro anos (e que parece ser o mais conectado de todos, dentro e fora da quadra), será tarefa difícil evitar o bicampeonato esloveno. E uma das seleções que pode frustrar os planos de Dončić e companhia é justamente a França, que eliminou o rival nas semifinais das Olimpíadas em jogo decidido no último lance. Os franceses não possuem uma super estrela como a Eslovênia (ou a Sérvia ou a Grécia), mas possuem um dos elencos mais talentosos da competição, apesar de não contar com os experientes Nicolas Batum e Nando De Colo. Além de contar com Evan Fournier em grande fase, a seleção possui o melhor garrafão da competição, com Rudy Gobert, Vincent Poirier e Moustapha Fall, além de Guerschon Yabusele e Amath M’Baye, que também abrem a quadra. Os confrontos na primeira fase serão importantes para a definição dos caminhos que cada seleção irá seguir, com chances reais de Eslovênia e França se encontrarem na grande final.

Quem pode surpreender?

Apesar de ser uma seleção tradicional, a Lituânia não teve boas participações nas últimas competições internacionais, deixando um ponto de interrogação entre seus exigentes torcedores. Após um nono lugar no último EuroBasket (2017) e um nono lugar na Copa do Mundo (2019), a seleção sofreu um duro golpe ao ficar de fora das Olimpíadas pela primeira vez, perdendo a vaga dentro de casa para a Eslovênia. A partir daí, porém, as coisas tomaram um novo rumo, com novo comandante técnico (Kazys Maksvytis assumiu em setembro de 2021), jovens com mais protagonismo (Rokas Jokubaitis e Ignas Brazdeikis, especialmente) e um maior comprometimento de todos por uma grande campanha no EuroBasket. A equipe lidera seu grupo nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, com apenas uma derrota, e fez uma boa fase de preparação com sete vitórias em sete amistosos, apresentando um basquete coletivo muito coeso, com força dentro do garrafão (Jonas Valančiūnas e Domantas Sabonis), capacidade de infiltração (Jokubaitis e Brazdeikis) e arremesso do perímetro (Rokas Giedraitis e Marius Grigonis). Apesar de cair num grupo bastante difícil, a Lituânia pode surpreender e voltar a conquistar uma medalha na principal competição europeia de seleções.

Quem são, em teoria, os sacos de pancada do grupo?

Falar em “saco de pancada” em um grupo de EuroBasket seria um exagero, pois o nível das seleções é muito alto, e todo o jogo deve ser encarado com o máximo de seriedade e atenção. Obviamente, algumas seleções são mais fracas em comparação com outras, e mesmo uma classificação para a fase seguinte poderia ser considerada uma surpresa. É o caso da Hungria, considerado o grande “azarão” do grupo, mas que surpreendeu recentemente a República Tcheca fora de casa, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, com grande partida de Ádám Hanga, com 20 pontos, 12 rebotes e cinco assistências. O jogador é um caso isolado no elenco húngaro, jogando com destaque em um grande clube da Europa (Real Madrid), sendo que seis jogadores atuam em clubes da própria Hungria, onde o nível de competição é mais baixo. Mas que os adversários fiquem atentos, pois além de Hanga, a Hungria também possui um forte jogo de garrafão, boa defesa e capacidade para matar bolas do perímetro, especialmente com Benedek Váradi. Com certeza a seleção vai para a Alemanha tentando “roubar” uma vitória, o que pode comprometer seriamente o caminho da equipe derrotada.

O que esperar deste grupo? Nossos pitacos.

Apesar de quatro equipes de cada grupo passarem para a próxima fase, a posição de cada uma pode ser decisiva no caminho em busca de uma medalha. Assim, a expectativa é de jogos extremamente competitivos e bem disputados, com as rivalidades aparecendo desde a primeira rodada, quando teremos a Eslovênia enfrentando a Lituânia, e a França encarando a dona da casa, Alemanha. Com duas das melhores seleções do mundo, o grupo deve presenciar a batalha pelo primeiro lugar entre os franceses e os eslovenos, com os lituanos vindo logo na sequência. A Bósnia e Herzegovina, de Džanan Musa (MVP da última Liga ACB) e Jusuf Nurkić, vai brigar com unhas e dentes pela última vaga com a Alemanha, de Denis Schröder e Franz Wagner. Aliás, os germânicos precisarão muito do apoio de sua torcida, já que não contarão com sua força máxima, devido aos desfalques (alguns esperados, outros inesperados) de Moritz Wagner, Tibor Pleiss, Maxi Kleber, Isaiah Hartenstein e Isaac Bonga. Podemos esperar um dos melhores EuroBasket da história, com o grupo B já atraindo os olhares do mundo desde o primeiro dia de competições, com a possibilidade real do campeão (ou quem sabe, os dois finalistas) vir da chave de Colônia.

2 thoughts on “EuroBasket – Análise do Grupo B”
    1. Bom dia!
      Até onde sabemos até o momento, não teremos transmissão para o Brasil. Apenas na edição de 2025, pela ESPN. A alternativa é a plataforma oficial da FIBA (Courtside 1891), que custa USD 9,90 o evento, ou sites não oficiais.

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