Nesta quarta-feira (14), aconteceu o terceiro jogo entre Virtus Bolonha (ITA) e UNICS Kazan (RUS), válido pela semifinal da EuroCup, segunda competição de clubes mais importante do basquete europeu. Com a vitória fora de casa, o time russo irá fazer a final da competição contra o Monaco (FRA), em uma série melhor de três partidas, com o primeiro jogo na Rússia, na terça-feira (27). Esta será a terceira final da equipe russa na competição, tendo levantado o troféu na temporada 2010-11 e ficado com o vice-campeonato na temporada 2013-14. As duas equipes finalistas também garantiram vaga na próxima temporada da Euroliga, feito inédito para a equipe francesa e quarta participação para a equipe russa.

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SF B – Virtus Bolonha (ITA) x UNICS Kazan (RUS)

Jogo 3: Virtus Bolonha 100 x 107 UNICS Kazan
No jogo decisivo da série, realizado nesta quarta-feira em Bolonha, Itália, o UNICS Kazan bateu a Virtus por 100 a 107, carimbando o seu passaporte para a grande final contra o Monaco (FRA). A partida foi muito equilibrada, decidida apenas nos minutos finais, com a defesa do UNICS sendo novamente o ponto forte da equipe. Mas o início de jogo foi favorável ao time da casa, que pressionava bastante na defesa, não deixando o time russo levar vantagem nos rebotes, especialmente os ofensivos. O jogo era tenso, com o clima de decisão aparente, inclusive com desentendimentos entre Stefan Marković e Jordan Morgan com cinco minutos de partida.

A Virtus tinha um aproveitamento de quadra razoável e dominava os rebotes, porém o UNICS ficava no jogo com ótimo aproveitamento do perímetro (5 de 8). A equipe da casa abriu 19 a 11, puxada por Miloš Teodosić e Giampaolo Ricci, mas o UNICS conseguiu uma corrida de 10 a 2, graças a Nate Wolters e John Brown, vindos do banco. O primeiro quarto terminou empatado em 21 pontos, com o detalhe que o time russo não pegou nenhum rebote ofensivo, uma das marcas da equipe. No segundo quarto, o jogo ficou mais físico, especialmente com a entrada das segundas unidades. O UNICS começa a ter sucesso nos rebotes ofensivos, com a defesa da Virtus já não tendo a mesma intensidade do quarto inicial. O grande arremessador Jamar Smith anota oito pontos no quarto, enquanto Brown marca outros sete e pega três rebotes ofensivos, dando outra intensidade pro time de Kazan. Na metade do quarto, Morgan sofre uma torção no joelho e deixa a partida, para não voltar mais. Mesmo com o desfalque, o time russo explora bem o garrafão, com alto aproveitamento, enquanto a bola do perímetro não é a mesma do primeiro quarto.

Alguns duelos particulares surgem no período, entre Teodosić e Isaiah Canaan, e Marco Belinelli e Smith, com olhares de provocação a cada arremesso convertido. Mesmo com a equipe italiana melhorando o aproveitamento de quadra, começa a mostrar deficiências no lance livre, além de continuar cometendo erros e muitas faltas. O time russo cuida melhor da bola (apenas um “turnover” no quarto) e tem mais volume de jogo, porém com aproveitamento abaixo dos 45%. A partida segue muito equilibrada e tensa, com os times indo para o intervalo com apenas dois pontos de vantagem para a Virtus (48 a 46). De um lado, Teodosić e Belinelli têm 11 pontos, enquanto do outro, Brown também tem 11 e Smith fecha com oito.

Jamar Smith (UNICS), sendo marcado por Marco Belinelli (Virtus)

No segundo tempo, a partida muda um pouco o roteiro. O UNICS volta muito forte no ataque, não apenas com Brown e Smith, mas também com John Holland, e logo vira a partida. A Virtus precipita alguns ataques, com Teodosić, e o time visitante abre dez de vantagem, a maior de toda a partida. Nitidamente, a equipe italiana sentia as dificuldades contra a forte defesa russa, chegando a ficar três minutos sem anotar uma cesta de quadra. Já o UNICS parecia jogar de forma mais determinada, forçando erros da Virtus e rodando muito bem a bola, passando a ter o controle do jogo. O conjunto russo não sentia a falta de Morgan, com Brown, Holland e Okaro White tendo papéis fundamentais na noite. Na equipe italiana, a dependência de Teodosić e Belinelli fica mais forte, já que o restante do elenco não contribui o suficiente. A entrada de Josh Adams dá uma energia nova à equipe, que perde Alessandro Pajola por lesão, mas mesmo assim os italianos vão pressionados para o quarto final, perdendo por 67 a 73.

O período decisivo começa equilibrado, com a Virtus conseguindo reduzir a desvantagem para dois pontos, em dois momentos. Porém, o UNICS não se abalava e sempre tinha uma resposta no ataque seguinte, sem deixar a equipe da casa crescer na partida. O jogo continua bem faltoso e a Virtus aproveita melhor os arremessos de lance livre, mas tem uma queda nos aproveitamentos de quadra, especialmente do perímetro. Os visitantes abrem oito de vantagem a três minutos do final, mas o time da casa consegue reduzir a diferença para quatro pontos, ainda com alguma esperança. Mas então Canaan acerta uma bola de quase do meio da quadra, com pouco menos de um minuto para o final, jogando um balde de água fria na Virtus, que não conseguiu mais reagir e viu o adversário celebrar na sua casa.

Alguns números interessantes do confronto: a Virtus dominou os rebotes (31 a 27), incluindo os ofensivos (13 a 10), porém teve menos assistências que o UNICS (18 a 21), além de menos roubos de bola (4 a 7) e mais turnovers (14 a 9). O aproveitamento do perímetro do UNICS foi muito bom, acertando 14 de 29 tentativas (48%), enquanto a Virtus acertou apenas 12 de 31 (39%), com o volume de arremessos do time visitante sendo muito maior (66 a 57). Outro ponto crítico da Virtus foram os lances livres, com nove desperdícios em 41 arremessos tentados (78%), enquanto o UNICS acertou 23 de 25 (92%). Partida sensacional de John Brown, com 20 pontos, oito rebotes (quatro ofensivos), uma assistência, dois roubos de bola e um PIR de 31! Também vale destacar a partida de Jamar Smith, com 24 pontos, dois rebotes, cinco assistências e um roubo de bola, Okaro White, com 22 pontos e quatro rebotes, e Nate Wolters, com 17 pontos, três rebotes e três assistências. Pela Virtus, destaque para Miloš Teodosić, com 25 pontos, três rebotes e nove assistências (mas quatro turnovers), e Marco Belinelli, com 24 pontos, três rebotes e uma assistência (porém três turnovers).

By Tabela de Ferro

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