Por Gabriel Girardon
Depois de manter sua hegemonia na Liga VTB, mas não conseguir defender seu título na Euroliga, o CSKA retoma os trabalhos para esta temporada com algumas mudanças. Uma estrela se foi – definitivamente –, mas outra chegou. No banco, Dimitrios Itoudis vai para o oitavo ano à frente da equipe, buscando aumentar sua lista de conquistas.
Quem chegou
Alexey Shved (SG/PG, russo, 32 anos, Khimki Moscou-RUS) / Marius Grigonis (SG/SF, lituano, 27 anos, Zalgiris Kaunas-LIT) / Vladimir Ivlev (PF/C, russo, 31 anos, Lokomotiv Kuban-RUS)
Quem saiu
Darrun Hilliard (SG, estadunidense, 28 anos, foi para o Bayern de Munique-ALE) / Jānis Strēlnieks (SG/PG, letão, 32 anos, foi para o Zalgiris Kaunas-LIT) / Michael Eric (C, nigeriano, 33 anos, foi para o Málaga-ESP) / Mike James (PG, estadunidense, 31 anos, foi para o Monaco-FRA)
Possível quinteto titular PG – Iffe Lundberg SG – Alexey Shved SF – Nikita Kurbanov PF – Tornike Shengelia C – Nikola Milutinov Sujeito a variações |
Possível segunda unidade PG – Daniel Hackett SG – Marius Grigonis SF – Will Clyburn PF – Joel Bolomboy C – Johannes Voigtmann Sujeito a variações |
Desempenho geral na temporada passada
O CSKA teve mais uma temporada de soberania na Liga VTB e chegou novamente ao Final Four da Euroliga. Em terras russas – e países próximos –, a equipe até fez campanha modesta na fase regular, terminando em quarto lugar com 17 vitórias e sete derrotas. Nas quartas de final, chegou a perder uma partida e ver a classificação ameaçada contra o Nizhny Novgorod, mas venceu a série por 2 a 1. Após isso, tudo mudou. Na semifinal contra o Zenit, dono do melhor retrospecto, vitória por 3 a 1, com sobras. Na decisão, mais facilidade ainda, com uma “varrida” por 3 a 0 sobre o UNICS Kazan.
Na Euroliga, o time passou perto de defender o seu título – de 2019, visto que em 2020 não houve campeão por conta da pandemia. Após avançar aos playoffs em segundo lugar, mas com o mesmo recorde do líder Barcelona (24-10), o CSKA despachou o Fenerbahçe com um impiedoso 3 a 0, indo ao Final Four pelo nono ano consecutivo. Porém, a equipe teve pela frente o Anadolu Efes, e mesmo com uma arrancada incrível no último quarto, acabou derrotado por 89 a 86, ficando com o quarto lugar ao perder para a Olímpia Milão por 83 a 73.
Reforço mais importante da temporada
Antes mesmo de saber qual seria o futuro de Mike James, estrela da equipe, mas que não estava nos planos do técnico Dimitrios Itoudis, o CSKA se movimentou para trazer um velho conhecido. Após nove anos, Alexey Shved “voltou para casa”. Nas últimas seis temporadas, esteve no Khimki Moscou, onde se consolidou como um pontuador nato, sendo duas vezes o cestinha da temporada regular da Euroliga – 19.8 pontos de média em 2020-21 –, e outras duas da Liga VTB. Em 2008, com apenas 20 anos, Shved fez parte do elenco do CSKA campeão da Euroliga, mas sequer entrou em quadra no Final Four. Agora, o jogador de 32 anos retorna ao clube onde surgiu como uma das estrelas, como o “dono da bola”, encarregado por armar as jogadas de ataque da equipe. Qualidade para isso ele tem, e os números mostram isso.
O que esperar nesta Euroliga
Com uma base já consolidada, com alguns jogadores que atuam juntos há duas ou temporadas, além de um técnico que conhece bem o seu grupo, o CSKA surge mais uma vez como dos principais postulantes ao título da Euroliga. Na temporada regular, a equipe sempre costuma fazer boas campanhas, tendo ficado em primeiro ou segundo lugar nas últimas quatro temporadas completas, justamente todas com o novo formato de todos contra todos.
A chegada de Alexey Shved parece ser de suma importância, tanto pela qualidade do atleta em si, quanto pela “lacuna” deixada por Mike James, a peça encarregada por ser o grande pontuador do time. No garrafão, uma dupla forte formada por “Toko” Shengelia e Nikola Milutinov une dois pivôs com muito talento que provaram dar certo na temporada passada, ainda que por pouco tempo devido à lesão do sérvio que o tirou de ação da metade para o fim da época.
Outro fator de destaque é a experiência da equipe, com nenhum dos principais jogadores da rotação com menos de 26 anos, e muitos já acima dos 30. Por questões como essas, é possível dizer que, em tese, o CSKA Moscou tem totais condições de completar 10 anos seguidos indo ao Final Four e, em seguida, retomar o posto de campeão europeu.