Bastante mérito local, porém um gosto amargo no torneio continental. Talvez esse seja o melhor resumo do Estrela Vermelha na temporada passada, mesmo com um início bastante turbulento. A troca de treinadores logo nas primeiras semanas de competição já indicou que os esforços e, alguns reforços, não deram conta da expectativa gerada. Porém o título da ABA e da Copa serviram para o alvirrubro de Belgrado achar alguns. As expectativas foram renovadas, porém ainda é difícil cravar qual o teto da equipe.
Quem chegou
Isaiah Canaan (G, EUA, 33 anos – Olympiacos), Codi Miller-McIntyre (G, Bulgária, 30 anos – Baskonia), Ognjen Dobric (G, Sérvia, 29 anos – Virtus Bologna), Mike Daum (F, EUA, 28 anos – Anadolu Efes), Nikola Kalinic (F, Sérvia, 32 anos – Barcelona), Filip Petrusev (F, Sérvia, 24 anos – Olympiacos) e Uros Plavsic (C, Sérvia, 25 anos – Mega Basket).
Quem saiu
Mike Tobey (C, Eslovênia, 29 anos – Gran Canaria), Stefan Lazarevic (F, Sérvia, 28 anos – KK FMP), Freddie Gillespie (C, EUA, 27 anos – NZ Breakers), Ádam Hanga (G, Hungria, 35 anos – Joventut Badalona) e Nikola Topic (G, Sérvia, 19 anos – Oklahoma City Thunder)
Treinador
Ioannis Sfairopoulos (grego, 57 anos, vem para sua segunda temporada completa no comando do clube sérvio)
Possível quinteto titular:
PG – Codi Miller-McIntyre
SG – Isaiah Canaan
SF – Rokas Giedraitis
PF – Nikola Kalinic
C – Joel Bolomboy
Sujeito a variações
Possível segunda unidade:
PG – Yago dos Santos / Milos Teodosic
SG – Nemanja Nedovic
SF – Ognjen Dobric
PF – Mike Daum
C – Uros Plavsic / Luka Mitrovic
Sujeito a variações
Desempenho geral na temporada passada
O Estrela Vermelha havia feito uma janela de transferências bastante promissora, alguns veteranos com bastante história e títulos pela Europa estavam desembarcando em Belgrado visando tirar essa alcunha de um mero figurante na Euroliga que vinha ocorrendo nas últimas temporadas. Havia bastante confiança que o time montado por Dusko Ivanovic tinha força suficiente para brigar por posições de destaque, porém os primeiros resultados já deixaram a situação mais complicada e a mudança por Ioannis Sfairopoulos foi uma confissão que seria mais um ano duro, pelo menos no nível continental.
Talvez o fato principal é que as grandes estrelas do Estrela não corresponderam às expectativas, ou quiçá estão no nível para carregarem essa responsabilidade. Shabazz Napier saiu no meio da temporada, Milos Teodosic já é um grande veterano e não tem o mesmo impacto, Ádám Hanga teve problemas com lesões e não encaixou, Mike Tobey foi um grande fracasso. Acabou que nessa situação, dois jogadores que não chegaram como protagonistas acabaram sendo os relentos de bom basquete no clube: Yago dos Santos e Joel Bolomboy.
Mas há coisas boas para destacar, começando com o título da Korac Kup contra o Partizan por 85-79; depois tivemos o título da ABA com o Estrela saindo invicto nos playoffs, com direito a varrida nos rivais com um sonoro 3-0 e Yago MVP das finais. No fim, ainda deu espaço para o torneio da Sérvia, sempre digno de pataquadas, que também ficou com o lado vermelho e branco do Belgrado.o troféu.
Reforço(s) mais importante(s) para esta temporada
É mais uma janela bastante movimentada do Estrela Vermelha, mas acho que houve muito dinheiro derramado em posições não tão necessitadas e pouca atenção nas Alas, grande gargalo do time na temporada passada. Canaan e Miller-McIntyre são reforços para um bom time de Euroliga, todavia acredito que os principais alvos poderiam ter sido outros jogadores. Uros Plavsic é um tipo de contratação que julgo melhor pensada, jogador com mais potencial, barato e a ser testado, vejo com bons olhos a chegada do pivô.
Agora acho que o principal reforço é o retorno de Nikola Kalinic. Apesar de, mais uma vez, se enquadrar no perfil de veterano que não está mais no seu ápice, Kalinic teve temporadas discretas em Barcelona e imagino que tenha voltado por acreditar que será uma peça mais demandada em Belgrado. Em sua última passagem, Nikola foi muito bom, a esperança que isso torne a se repetir deve esquentar o coração dos torcedores.
O que esperar nesta Euroliga
Certamente o time almeja que o bom rendimento nas competições da liga atravesse os Balcãs e tenha efeito pelo certame. O Estrela Vermelha fez mais uma janela com perspectivas de poder sonhar brigar, mas não pode repetir os erros da temporada passada e desviar o rumo por conta de um início não tão bom.
Com um pouco mais de fisicalidade e espaçamento, é possível imaginar que o alvirrubro tenha um ataque menos previsível, algo que era muito notório em quadra e facilitava a marcação. Mais jogadores que podem gerar o próprio arremesso traz esse prognóstico, junto com atletas que podem atuar nos dois lados da quadra. Outro detalhe que considero crucial para o sucesso do time, é entender que o momento de Teodosic é para situações específicas e não o deixar como um jogador apto a fechar o jogo.
O Estrela Vermelha não é favorito ao Final Four, todavia tem por condição de poder sonhar com a pós-temporada. Menos que isso, pode ser considerado mais um fracasso do time sérvio.