Uma temporada que tinha tudo para dar errado, teve bons períodos e um caminho que pode trazer esperanças para o torcedor da Virtus Bolonha. A verdade é que Luca Banchi conseguiu tirar leite de pedra durante a maior parte da competição, porém quando os recursos foram se exaurindo, não havia solução para conseguir colocar em quadra. Porém tudo isso foi feito em um ano sem uma semana de pré-temporada, agora com o calendário respeitado, é possível imaginar um caminho mais sólido para o alvinegro.
Quem chegou
Rayjon Tucker (G, EUA, 27 anos – Reyer Venezia), Matt Morgan (G, EUA, 26 anos – London Lions), Riccardo Visconti (G, Itália, 25 anos – Pesaro), Will Clyburn (F, EUA, 34 anos – Anadolu Efes), Nicola Akele (F, Itália, 29 anos – Brescia Leonessa), Andrejs Grazulis (F, Letônia, 31 anos – Trento) e Mouhamet Diouf (C, Itália, 23 anos – CB Beográn).
Quem saiu
Iffe Lundberg (G, Dinamarca, 29 anos – Partizan), Ognjen Dobric (G/F, Sérvia, 28 anos – Estrela Vermelha), Rihards Lomazs (G, Letônia, 27 anos – Sem clube), Bruno Mascolo (G, Itália, 28 anos – Universo Treviso), Awudu Abass (G, Itália, 31 anos – Dubai BC) e Bryant Dunston (C, Armênia, 37 anos – Zalgiris).
Treinador
Luca Banchi (italiano, 59 anos, vem para sua segunda temporada no comando da Virtus).
Possível quinteto titular:
PG – Matt Morgan
SG – Isaia Cordinier
SF – Will Clyburn
PF – Tornike Shengelia
C – Ante Zizic
Sujeito a variações
Possível segunda unidade:
PG – Daniel Hackett / Alessandro Pajola
SG – Rayjon Tucker
SF – Marco Belinelli
PF – Andrejs Grazulis / Achille Polonara
C – Davontae Cacok / Mouhamet Diouf
Sujeito a variações
Desempenho geral na temporada passada
A Virtus Bolonha parecia que seria uma mera figurante na temporada da Euroliga, depois de um rendimento aquém do esperado, uma entrevista mal educada de Sergio Scariolo causou revolta na direção do time que optou por dispensá-lo menos de duas semanas antes do início da competição. O substituto foi anunciado rápido, depois de excelente campanha com a Letônia na Copa do Mundo, Luca Banchi assumiu o clube sem qualquer planejamento e era difícil imaginar um impacto imediato.
Todavia o destino não poderia ser mais irônico, liderados por um Tornike Shengelia muito inspirado, a Virtus figurou entre os líderes do torneio por praticamente quase todo primeiro turno. Mas algumas lesões começaram a custar o rendimento do time e as peças de reposição, apesar de bons nomes teóricos, não tiveram o efeito imaginado e viram os bolonheses derreterem na tabela.
No fim das contas, a Virtus conseguiu pegar a última vaga do playin e ainda brigou pela última vaga contra o Baskonia depois de uma improvável vitória ante o Anadolu Efes em Istambul. Para piorar, derrota no primeiro jogo da Taça da Itália e a temporada acabou com o vice-campeonato contra a Olimpia Milano na liga. Uma coisa que não podemos reclamar é de tédio na campanha passada do alvinegro.
Reforço(s) mais importante(s) para esta temporada
A Virtus foi bastante criativa em olhar para o mercado doméstico para trazer um pouco mais de profundidade para o time. Matt Morgan e Rayjon Tucker são armadores com volume e que não temem em arriscar seus chutes de longa distância. Combinando com jogadores desse tipo, Luca Banchi trouxe seu comandado da Letônia Andrejs Grazulis para ser uma boa arma no interior e que tem condições de espaçar quando necessário. Além do pivô Diouf para participar da rotação na posição cinco.
Mesmo em 2024, é impossível não chamar a atenção quando algum time se reforça com Will Clyburn. A passagem pelo Anadolu Efes pode não ter sido tão boa quanto o histórico do ala americano, mas esse desafio em Bologna é uma ótima chance de provar que MVP do Final Four de 2019 ainda tem muito basquete para jogar.
O que esperar nesta Euroliga
A Virtus não é uma das equipes favoritas em avançar de fase, mas também não chegarão com o status de azarão que ocorreu na última edição. O elenco não é dos maiores ou profundos, talvez a característica mais evidente seja a média de idade alta dos principais atletas, porém essa experiência poderá ser muito potencializada caso sigam o plano de jogo do treinador.
Luca Banchi tem feito trabalhos incríveis e, agora participando do planejamento desde o início, traz um pouco de positividade que poderemos ver exibições tão boas quanto as anteriores, mas mais frequentes e almejando um pouco mais. Independentemente do resultado, a Virtus era um dos times com basquete mais intrigante de se assistir e, para buscar esses passos além, a estratégia deve ser a mesma da temporada passada: fugir do óbvio.
Outra coisa que será crucial para o sucesso ou fracasso da Virtus é a saúde de seus atletas. O rendimento do time caiu consideravelmente principalmente após uma lesão que tirou Shengelia de boa parte do segundo turno e não o deixou voltar ao melhor ritmo até o fim da temporada. A Virtus tem talento, porém menos opções que seus concorrentes e esse risco não podem ser ignorados.