A Euroliga teve disputada a segunda rodada entre a última quinta (12) e sexta-feira (13). Oito jogos movimentaram o torneio, com quatro equipes chegando a duas vitórias: Barcelona, Real Madrid, Žalgiris Kaunas e Valencia. A partida entre Olímpia Milão e Maccabi Tel Aviv foi adiada por conta dos conflitos em Israel. O duelo, na Itália, foi reagendado para o dia 31 de outubro.
Reveja o resumo da 1ª rodada da Euroliga
JOGOS DE QUINTA-FEIRA (12)
Anadolu Efes (TUR) 80 x 103 Real Madrid (ESP)
Gabriel Girardon
No duelo que abriu a segunda rodada, o Real não tomou conhecimento do Efes e atropelou o rival. Mesmo jogando em Istambul, o time espanhol aplicou 103 a 80 e chegou à segunda vitória na Euroliga. O principal nome do jogo foi Guerschon Yabusele, autor de 22 pontos, oito rebotes e quatro assistências, para 39 de PIR, sendo eleito MVP da rodada. Facundo Campazzo também teve grande destaque com um duplo-duplo de 15 pontos e 10 assistências. Do lado turco, Darius Thompson teve bons números: 20 pontos, sete rebotes e cinco assistências. Porém, longe de impor perigo ao Real, além de ter sido ejetado por cinco faltas na reta final de partida.
O diferencial na vitória madrilena foi o desempenho no segundo quarto. O Real venceu o período inicial, mas por apenas dois pontos (26-24), com atuação de gala de Yabusele. O ala-pivô francês marcou 16 pontos em menos de oito minutos, com 100% de aproveitamento em todos os arremessos. Mas foi no segundo período que o placar destoou. Com 29-17 na parcial, o Real abriu distância para caminhar para a vitória. Um dos quesitos que mais destoou entre as equipes foi nos lances livres. Muito faltoso, o Efes viu o Real anotar 25 de 28, enquanto converteu apenas 10 de 15 arremessos.
Alba Berlim (ALE) 86 x 91 Baskonia (ESP)
Gabriel Girardon
O Baskonia recuperou-se da derrota em casa na estreia, ao buscar a primeira vitória na temporada da Euroliga em Berlim, contra o Alba, por 91 a 86. A destacar a boa contribuição do armador Codi Miller-McIntyre. O estadunidense de 29 anos, que faz sua estreia no torneio, havia tido um debute para esquecer contra o Real Madrid. Na ocasião, não conseguiu pontuar em quase 20 minutos em quadra, com 0/4 da linha de três. Diante do Alba, porém, foram 17 pontos, com três bolas do perímetro. Outro nome importante na vitória basca foi Tadas Sedekerskis, com um duplo-duplo de 11 pontos e 13 rebotes.
Os times fizeram a primeira metade de jogo com muito equilíbrio. O Baskonia esteve atrás no placar apenas duas vezes, mas nunca por mais de dois pontos. No intervalo, os bascos venciam por quatro (51 a 47). O início do terceiro quarto, no entanto, foi determinante para encaminhar o resultado. A equipe visitante teve uma corrida de 16-4, chegando a 16 de vantagem. O Alba melhorou no último quarto e esboçou uma reação. A distância chegou a ficar em dois outra vez (85 a 83), mas o Baskonia se manteve firme para garantir a vitória.
ASVEL (FRA) 62 x 88 Partizan (SER)
Gabriel Girardon
Após derrota na estreia para o Maccabi, em Israel, o Partizan voltou a jogar fora de casa, mas se recuperou e venceu a primeira na Euroliga. Na França, o time sérvio derrotou o ASVEL sem sustos por 88-62. James Nunnally foi destacado com 17 pontos, cinco rebotes e seis assistências. Chamou atenção que todos os 11 jogadores utilizados pelo técnico Željko Obradović anotaram ao menos dois pontos. Já a equipe francesa teve somente um atleta com dígito duplo de pontuação (Timothé Luwawu-Cabarrot, com 10 pontos), mostrando a ineficiência ofensiva dos comandados de TJ Parker.
Depois de um primeiro quarto de pontuação baixa de ambas as equipes (17-13 Partizan), os sérvios tiveram grande sequência, abrindo vantagem a partir do segundo período, sem ser mais ameaçado no placar. Dos dois lados, o aproveitamento da linha de três foi ruim. Foram apenas oito bolas convertidas em todo jogo, quatro para cada um. O ASVEL tentou 27 arremessos (14,8%), enquanto o Partizan arriscou 19 (21,1%). Desta forma, o que fez a diferença a favor dos visitantes foi o desempenho no garrafão. O time de Belgrado acertou 28 chutes na área pintada, contra 19 do adversário.
Panathinaikos (GRE) 78 x 71 Bayern de Munique (ALE)
José Pereira
O duelo entre gregos e alemães trouxe muita atenção à OAKA Arena, com um tempero a mais com Ataman e Laso nos bancos de Panathinaikos e Bayern. O começo de jogo foi todo dominado pela defesa sufocante dos verdes que gerou muito ataque em transição e um Mathias Lessort completamente endiabrado nas chances criadas a partir do seu roll, seja recebendo a bola ou distribuindo o jogo aos chutadores bem posicionados.
Após alguns ajustes e procurando explorar mais as infiltrações, o Bayern conseguiu diminuir bem a diferença e encostar no fim do terceiro quarto. Porém a pobre noite de seus chutadores, saindo da Grécia com um pífio aproveitamento de 6/27, minavam as sequências que poderiam colocar os bávaros à frente do placar. Mesmo sem Sloukas, que fez falta na hora de pensar mais o jogo, os verdes conseguiram controlar bem o relógio e punir os momentos de seca do ataque alemão. Vitória importante do Panathinaikos e agora ambos times estão com recorde 1-1.
JOGOS DE SEXTA-FEIRA (13)
Olympiacos (GRE) 68 x 77 Barcelona (ESP)
Gabriel Girardon
Em duelo de dois dos principais candidatos ao título, o Barça venceu a segunda na Euroliga ao bater o atual vice-campeão, em Pireu, por 77 a 68. O time catalão se sobressaiu ao rival especialmente pelo desempenho no perímetro. Foram 15 bolas triplas, contra apenas sete do Olympiacos. Nico Laprovittola e Álex Abrines, juntos, tiveram mais arremessos convertidos que a equipe grega, com oito. O argentino acertou três e marcou 17 pontos, sendo cestinha da partida. Já o espanhol anotou cinco chutes de fora e deixou 16 pontos em quadra. Os dois foram os condutores da vitória, determinantes na reta final de jogo.
Até o intervalo, o Barcelona tinha amplo domínio do placar, estando atrás somente nos primeiros movimentos do duelo. Na ida para o intervalo, os catalães venciam por seis pontos (40 a 34). A partir do terceiro período, já perto dos minutos finais, o equilíbrio tomou conta. Os times foram adentraram o último quarto em várias alternâncias, que foram até os momentos decisivos. Foi neste instante que as bolas triplas fizeram a diferença, em especial das mãos de Abrines, além da inoperância ofensiva do Olympiacos, que marcou apenas dois pontos nos últimos quatro minutos de partida.
Monaco (FRA) 59 x 83 Virtus Bolonha (ITA)
José Pereira
A zebra cantou no principado de Mônaco e a apresentação do time da casa deixou muitas dúvidas sobre o plano de jogo da esquadra monegasca. Mesmo com o placar ainda parelho no primeiro quarto, Mike James expressava ansiedade em ter as bolas nas mãos e isso deixou o ataque muito dependente do genial armador norte-americano. Do outro lado, o alvinegro de Bolonha demonstrou começar a seguir mais o plano de jogo do recém-chegado Luca Banchi ao circular bastante a bola e, em alguns momentos, atacar com cinco jogadores abertos. A partida, a partir do segundo quarto, deixou evidente um dos problemas que ficaram destacados na temporada passada do Mônaco, a falta de ajustes de Obradović no decorrer da partida.
Ao manter dois pivôs, eternamente, embaixo durante todo o segundo tempo e gastar constantemente o relógio esperando mágica de seus amarradores, Saša facilitou os contra-ataques da Virtus, deixando-os cada vez mais mortais e a diferença no placar aumentava constantemente. Enquanto os italianos nos deixam com dúvidas se não os subestimamos demais, pelo lado do principado, um início com duas derrotas contra adversários “fáceis” fomenta questões sobre os dos favoritos ao título.
Žalgiris Kaunas (LIT) 79 x 74 Estrela Vermelha (SER)
Rafael Bittelbrunn
Em seu primeiro jogo dentro de casa nesta Euroliga, com ingressos esgotados, como de costume, o Žalgiris venceu o Estrela Vermelha por 79 a 74 e chegou a duas vitórias em dois jogos. Assim como ocorreu no primeiro jogo, o time soube lidar com a desvantagem no placar e fez um grande último quarto, conseguindo conquistar a vitória. Mesmo dominando os rebotes (41-34 e 20-10 nos ofensivos), o Estrela não teve vida fácil no ataque, com dificuldades para movimentar a bola e conseguir bons arremessos, levando a um baixo aproveitamento de quadra (43,5% nos dois pontos e 26,1% no perímetro).
Após um início empolgante, com muita vibração da torcida, fazendo uma parcial de 17-7, o Žalgiris viu seu desempenho cair e o time sérvio aplicar uma parcial de 18-2, abrindo seis pontos no início do segundo quarto. O jogo seguiu equilibrado, mas com os visitantes controlando a partida e mantendo uma pequena vantagem, continuando assim no segundo tempo. No início do quarto final, o Estrela abriu nove pontos (50-59), sua maior vantagem na partida, com destaque para Luka Mitrović. Então aparecem duas peças-chave para a vitória: Arnas Butkevičius e Brady Manek. O primeiro anotou sete pontos seguidos (incluindo uma enterrada monstruosa), e o segundo oito pontos na metade final do quarto, dando a liderança que seria mantida até o final. Destaques para Rolans Šmits, com 18 pontos e sete rebotes, e Edgaras Ulanova, com 15 pontos, seis rebotes e quatro assistências. No lado sérvio, destaque para Mitrović, com 16 pontos e oito rebotes. O brasileiro Yago dos Santos foi relacionado para o jogo, mas não entrou em quadra.
Valencia (ESP) 77 x 74 Fenerbahçe (TUR)
Rafael Bittelbrunn
No último jogo da rodada, o Valencia surpreendeu novamente e venceu sua segunda partida na competição, desta vez batendo o Fenerbahçe dentro da sua casa. Mais uma vez, a defesa foi fundamental para a equipe de Álex Mumbrú, especialmente os rebotes, conseguindo uma boa vantagem (42-32), sendo muito importantes nos momentos finais do jogo. O time da casa liderou praticamente todo o jogo e inclusive chegou a ter vantagem de 15 pontos no segundo quarto, mas o Fener se recuperou e quase “roubou” a vitória fora de casa.
O Valencia começou em alta rotação e fechou o primeiro quarto com incríveis 22-9, após uma corrida de 11-0. O time continuou bem no ataque e abriu 15 pontos de frente, com cerca de três minutos para o intervalo, mas viu o Fener fazer uma corrida de 12-3, puxado por Tyler Dorsey e Yam Madar, e diminuir o estrago. No segundo tempo, a cada vez que os visitantes encostavam, o Valencia conseguia abrir novamente, incluindo dez pontos no início do quarto final. Até que, com pouco mais de três minutos para o final, o Fener assumiu pela primeira vez a liderança, por um ponto. O jogo seguiu lá e cá, mas o Valencia cometeu menos erros, aproveitou melhor os lances livres e saiu com a vitória. Destaques para Brandon Davies, com 18 pontos, três rebotes e três assistências, e Chris Jones, com 11 pontos, três rebotes, sete assistências e dois roubos. No Fener, boa partida de Dorsey, com 17 pontos.
