Depois de sete meses de competição, dezenas de jogos, 30 equipes eliminadas, neste domingo (8), tivemos a tão aguardada final da Basketball Champions League, temporada 2021-22. A sede da partida valendo a taça foi sediada em Bilbao, Espanha, e nada melhor que dois times espanhóis para aumentar ainda mais a expectativa de um espetáculo. O Tenerife, que entrou com a responsabilidade de já ter sido campeão da competição em sua primeira edição na temporada 2016-17, enfrentou o Manresa, que estava em busca do primeiro título europeu em sua história. Com a crucial ajuda do brasileiro Marcelinho Huertas, que venceu o prêmio de MVP do Final Four, o Tenerife comemorou o bicampeonato com a presença de milhares de torcedores. Confira todos os detalhes da final e da disputada do terceiro lugar a seguir:

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TERCEIRO LUGAR – Ludwigsburg (ALE) 88 x 68 Hapoel Holon (ISR)

Por Bruno Almeida

Antes da grande final, os alemães do Ludwigsburg se encontraram mais cedo com os israelenses do Hapoel Holon para a disputa do terceiro lugar na competição, também sediada em Bilbao, Espanha. Foi um jogo que teve na mão do time alemão, visto que ainda no terceiro período, o jogo já estava 57 a 39 para o Ludwigsburg. Mas no geral, a partida terminou 88 a 68 a favor dos alemães, garantindo assim a 3ª colocação da Basketball Champions League 2021-22, a sua melhor colocação até então. Antes disso, a melhor colocação do Ludwigsburg havia sido uma 4ª colocação na temporada 2017-18.

Vale a pena destacar que durante o jogo a diferença chegou a ficar de 28 pontos entre os dois times, e também a maior desvantagem do Holon em uma partida. O herói da partida foi com certeza o americano Justin Simon, que marcou 16 dos 27 pontos do time alemão no primeiro período. Simon ainda foi colocado no time de All-Stars da BCL desse ano, e terminou a partida com a pontuação da temporada ao anotar 27 pontos, seis rebotes, seis assistências, três roubos de bola e uma eficiência de 50% (12 de 24). Pelo time do Holon, o destaque fica para Tyrus McGee, o americano terminou a partida com 14 pontos, três rebotes, uma assistência e um roubo de bola. Vale a pena destacar também que foi a melhor classificação do Hapoel Holon até então na BCL. Antes disso, o melhor que eles conseguiram foi o Final Eight na temporada 2020-21.

Os times mostraram imensa garra e vontade de jogar ao longo dessa edição da BCL, então eu queria deixar os meus parabéns tanto para o Ludwigsburg, como para o Holon. Esperamos ver vocês na próxima edição da Basketball Champions League!

A GRANDE FINAL – Manresa (ESP) 87 x 98 Tenerife (ESP)

Por Vinícius Matosinhos

O momento tão esperado da Champions League chegou, com os compatriotas Manresa e Tenerife entrando em quadra para a grande final da competição. Com muita raça e paciência, o Tenerife abriu uma vantagem significativa na segunda etapa e sagrou-se bicampeão, pelo placar de 98 a 87. O cestinha do duelo final foi ala-armador Sasu Salin, que terminou com 18 pontos, três rebotes, dois assistências e um roubo de bola, somando uma eficiência de 20.

No início da partida, o Manresa optou por apertar bastante a marcação no armador brasileiro Marcelinho Huertas. A tática deu certo e o Tenerife não conseguiu produzir muito no ataque nos primeiros minutos do confronto. Por outro lado, o Manresa não soube aproveitar a oportunidade e acabou afrouxando a defesa em Huertas na segunda metade do primeiro período, fazendo com que o brasileiro somasse nove pontos em poucos minutos. Insatisfeito com a defesa de Dani Perez em Sasu Salin, o técnico Pedro Martinez teve que substituir rapidamente por Joe Thomasson. Ao mesmo tempo, faltas forçadas de forma errônea começaram a levar o Tenerife para a linha de lance livre, fazendo com que a equipe assumisse a liderança no placar e terminasse os primeiros dez minutos à frente por 25 a 27.

Já no segundo período, o Manresa optou por um jogo mais agressivo na defesa, se aproveitando dos contra-ataques, alcançando a virada no placar. Porém, apesar da volta do cestinha Chima Moneke ao jogo, dos erros da defesa do Tenerife, da intervenção de Joe Thomasson na parte defensiva, o jogo voltou a ser equilibrado por conta da garra apresentada pela equipe do Tenerife, que não queria deixar o Manresa distanciar no placar. Quando o intervalo chegou, a equipe do Manresa liderava por 50 a 49, mostrando que a segunda etapa da partida teria muita emoção envolvida.

A insistência do Tenerife, liderada Giorgi Shermadini no garrafão, continuou no segundo tempo. Depois de avaliar bem a defesa do Manresa no intervalo, os amarelos rapidamente conseguiram assumir a liderança no placar depois de três minutos disputados do terceiro período. Além disso, o Tenerife aqueceu em ambos os lados da quadra, aumentando a vantagem para 10 pontos na metade do quarto. Pelo lado do Manresa, parecia que a equipe havia aceitado aquela arrancada do adversário, e por muitas vezes parecia sem paciência no ataque, rifando muito a bola em arremessos marcados ou errando arremessos totalmente livres. Sendo assim, a diferença de pontos já era de 15 no placar de 67 a 82 a favor do Tenerife quando o terceiro período foi finalizado.

Os 33 pontos convertidos pela equipe do Tenerife no terceiro período abalaram completamente o esquema do Manresa, que entrou muito apático no quarto decisivo. A equipe das Ilhas Canárias envolveu a todos, oferecendo um espetáculo no ataque e uma defesa sólida. Parecia questão de minutos para que o Manresa “jogasse a toalha” e se entregasse completamente. Apesar do Tenerife ter desacelerado no ataque nos minutos finais, parecia que realmente não era o dia para o Manresa, que insistia em errar arremessos fáceis e cometer erros bobos nas ações ofensivas. Dito isto, a equipe do Tenerife soube administrar bem a vantagem e trabalhou até o último segundo suas posses de bola, repetindo esse processo até o fim da partida, consagrando-se campeão da Basketball Champions League, mas com um gostinho ainda mais especial por seu país ter sido a sede da grande final.

MVP do Final Four

Indiscutivelmente, o experiente armador brasileiro Marceliho Huertas foi nomeado o MVP da Final Four da Champions League, temporada 2021-22. Ele pode considerar o prêmio como um presente de aniversário antecipado, pois Huertas completará 39 anos em apenas duas semanas. Mas a idade avançada não foi levada em conta no Final Four, pois o armador parecia que estava em início de carreira por toda sua leveza e inspiração.

Na semifinal, Huertas anotou 17 pontos, nove assistências e quatro rebotes contra o Hapoel Holon. Já na final, o armador brasileiro mostrou ainda mais sua importância para a equipe e provou realmente ser o jogador mais valioso da fase final ao conseguir um incrível duplo-duplo de 13 pontos e 14 assistências contra o Manresa, além de pegar três rebotes e somar a maior eficiência da equipe (22). Com o duplo-duplo, Marcelinho se tornou o segundo jogador a marcar um duplo-duplo na final em toda história da competição, depois dos 13 pontos e 13 rebotes de Gediminas Orelik pelo Banvit (TUR) em 2017.

Não é a primeira vez que Marcelinho Huertas é nomeado MVP pelo Tenerife. Em 2020, o clube venceu a Copa Intercontinental da FIBA, com Huertas como o MVP da Final Four. Ao longo de sua carreira, Marcelinho também foi o MVP do Campeonato Sul-Americano da FIBA ​​em 2006, ganhou o prêmio de Melhor Jogador Latino-Americano na Liga ACB em 2020 e 2021, foi selecionado para o Quinteto All-Star da Liga ACB em quatro ocasiões, além de ter sido nomeado para o Melhor Quinteto Titular da BCL (2020) e para o Segundo Melhor Quinteto (2022).