Por Vinícius Matosinhos, Rafael Bittelbrunn, Artur José Freitas e Thiéres Rabelo

Na 29ª rodada da temporada regular da Euroliga, que aconteceu nesta quinta e sexta-feira (11 e 12), a briga pela classificação para as quartas-de-final se tornou ainda mais acirrada, em quase todos os setores da tabela. O líder, Barcelona, se tornou a primeira equipe a garantir sua vaga matemática para os playoffs, com mais uma vitória sobre o maior rival, Real Madrid, no “El Clásico“. Foi a primeira vez desde que a Euroliga adotou o atual formato que levou tanto tempo assim para que uma equipe se classificasse. A rodada mais tardia em que um time havia se classificado pela primeira vez foi na primeira deste novo formato, 2016-17, quando CSKA e Olympiacos se classificaram na 25ª rodada. Em cada uma das quatro temporadas anteriores, um mínimo de quatro times já havia se garantido nas quartas após a 28ª.

O “G4” da competição sofreu modificações importantes, com a Olimpia Milão roubando do CSKA a vice-liderança, após bater os russos no confronto direto, em Moscou. Para piorar as coisas para os russos, o Anadolu Efes, que venceu a sétima seguida, saltou do quinto para o terceiro lugar e jogou o atual campeão para o quarto lugar. Os três times que estavam nas três últimas posições da zona de classificação perderam seus jogos e esquentaram ainda mais a briga com os times que estão do lado de fora. Com vários confrontos diretos, os três times imediatamente fora da zona estão agora em um tríplice empate, com 15 vitórias e 14 derrotas, mais um ingrediente que promete deixar essa reta final ainda mais espetacular.

>>LEIA TAMBÉM: 28ª rodada – Seis dos oito primeiros colocados vencem e Barça se isola ainda mais na ponta

CSKA Moscou (RUS) 76 x 84 Olimpia Milão (ITA)
Na quinta-feira um grande confronto direto agitou a semana da Euroliga, na partida entre os russos do CSKA contra os italianos da Olimpia Milão. A vitória veio para a equipe italiana pelo placar final de 76 a 84, um triunfo histórico, pois a última vez que a Olimpia venceu os russos em Moscou havia sido em 2010. Além do grande feito, a segunda colocação do campeonato estaria em jogo para quem saísse vencedor, fazendo com que ambas equipes iniciassem de forma explosiva nos primeiros minutos. Quem acabou se dando bem nos minutos iniciais foi o clube visitante, que soube aproveitar os erros do CSKA e começou a construir uma grande vantagem logo no primeiro quarto, fazendo com que essa diferença chegasse em 20 pontos quando o segundo período foi iniciado. Logo em seguida, o dono da casa correu atrás do placar e diminuiu um pouco a vantagem adversária ao irem para o vestiário no intervalo. Na volta do descanso, os dois clubes retornaram muito focados e iniciaram uma grande disputada pelos pequenos detalhes, mas quem acabou desestabilizando a partida foi o clube visitante, no momento em que o ala-armador, Kevin Punter, começou a converter lindas cestas do perímetro em momentos cruciais que pareciam que o clube russo iria esboçar uma virada. Punter estava tão inspirado, que terminou a partida com um recorde pessoal de pontos na Euroliga (32 pontos). Nos minutos finais, o CSKA ainda continuou tentando correr atrás do prejuízo e chegou a encostar no placar, no entanto, os erros retornaram e a vitória foi para a Olimpia Milano, que somou sua 10ª vitória em 12 jogos, conquistando merecidamente a vice-liderança.

Panathinaikos (GRE) 81 x 63 Maccabi Tel Aviv (ISR)
Em um duelo de desesperados, os gigantes Panathinaikos e Maccabi se enfrentaram em Atenas, buscando postergar suas quase que inevitáveis eliminações. Quem levou a melhor foram os donos da casa, que devolveram a derrota sofrida em Tel Aviv, no segundo turno, com um atropelo. Ainda sem sua principal arma ofensiva, o ala-armador Nemanja Nedović, mas contando com o retorno do ala Ioannis Papapetrou, o Panathinaikos abriu o jogo como uma carreta. Os anfitriões emplacaram uma parcial de 12 a 0 no primeiro quarto, que lhes permitiu abrir 25 a 7. Eles conseguiram controlar a vantagem e mantê-la na casa dos duplos-dígitos na ida para o intervalo, após o sólido primeiro tempo feito por Aaron White (13 pontos e quatro rebotes), Dinos Mitoglou (nove pontos e quatro rebotes) e Mario Hezonja (oito pontos). Mas, no terceiro quarto, só deu Maccabi. Entre o fim do segundo e o início do terceiro quarto, os israelenses emplacaram uma parcial de 8 a 0. O Panathinaikos conseguiu reconstruir a vantagem, levando-a novamente para 16 pontos, mas, na metade final do período, os visitantes anularam o ataque grego, limitando-os a apenas dois pontos em quase cinco minutos, enquanto anotavam outros 13. Assim, o placar era de 58 a 55 no início do último quarto. Mas no último período o Panathinaikos voltou com a mesma atitude do primeiro e, comandado pelo inspirado Papapetrou, voltou a dominar o adversário, até conseguir fazer sua vantagem passar dos 20 pontos, nos minutos finais. O ala terminou como o cestinha do jogo, com 20 pontos, sendo 18 no segundo tempo, além de cinco rebotes. White teve 15 e sete rebotes, enquanto Hezonja e Mitouglu pontuaram 12 cada, com este último ainda pegando oito rebotes. O destaque solitário do Maccabi foi o armador Scottie Wilbekin, com 14 pontos. O pivô Ante Žižić beirou o duplo-duplo, com nove pontos e oito rebotes. O resultado muda pouca coisa para os dois times, que só não estão eliminados ainda porque ambos têm dois jogos a menos. Eles permanecem nas mesmas colocações, com o Panathinaikos em 16º (dez vitórias e 17 derrotas) e o Maccabi em 14º (11 vitórias e 16 derrotas), virtualmente eliminados.

ASVEL (FRA) 89 x 95 ALBA Berlim (ALE)
A temporada regular se encaminha para seu fim, porém a esperança de classificação para alguns times ainda não acabou. Um desses times que ainda possuía força de vontade e ainda estavam matematicamente dentro da disputa era o ASVEL, ao entrar em quadra dentro de casa na França para enfrentar os alemães do ALBA Berlim. Mas dentro de quadra, as questões decisivas foram deixadas de lado e ambas os clubes fizeram uma boa disputa, com o ALBA Berlim partindo para cima no começo, porém os franceses iniciaram um contragolpe logo em seguida com boas cestas convertidas de três pontos, terminando o primeiro quarto na frente por sete pontos de vantagem. A superioridade do ASVEL continuou até o intervalo, dando oportunidade para que o ALBA pudesse descansar e iniciar um plano de virada na volta do terceiro período, afim de sair com a vitória fora de casa. O grande responsável pela arrancada alemã na segunda etapa foi o armador americano Peyton Siva (21 pontos), que somou 11 pontos só no terceiro período e também distribuiu boas assistências, fazendo com que o ALBA jogasse mais rápido no ataque e melhorasse defensivamente. O triunfo do clube alemão ficou mais evidente quando o ala Simone Fontecchio (19 pontos) converteu uma linda cesta de três no último minuto, garantindo uma pequena vantagem que acabou selando a vitória do ALBA Berlim pelo placar de 89 a 95, findando quase que por completo as esperanças de classificação por parte do ASVEL.

Estrela Vermelha (SER) 92 x 81 Khimki (RUS)
Em confronto dos “lanternas” da competição, o Estrela Vermelha recebeu o Khimki e saiu vitorioso, após início complicado. O primeiro quarto foi digno da posição das duas equipes na tabela de classificação, com as duas defesas superando bastante os ataques. Com um aproveitamento muito baixo nos arremessos de quadra e alguns desperdícios de bola, estava difícil os times pontuarem. O Khimki tinha alguns desfalques, incluindo o cestinha Alexey Shved, com dores nas costas, e muitas das ações ofensivas passavam por Jordan Mickey, que terminou o quarto com oito pontos. A equipe da casa acertou apenas um arremesso de dois pontos (em nove tentativas), enquanto o Khimki errou todas as sete tentativas de três pontos, fazendo com que o quarto terminasse 15 a 8 para os visitantes. No segundo quarto o jogo melhorou bastante. O aproveitamento de quadra teve evolução, o Estrela Vermelha apertou mais a defesa e o jogo ficou mais aberto. A equipe da casa continuava contabilizando o bom aproveitamento do perímetro, enquanto a equipe russa aproveitava melhor as bolas de dois pontos. Errick McCollum, pelo Khimki, e Corey Walden, pelo Estrela, vieram do banco e colocaram bastante energia na partida, contribuindo com 12 e nove pontos, respectivamente. Assim, o primeiro tempo terminou com vantagem de apenas quatro pontos para os visitantes (38 a 34). No terceiro quarto, o Khimki apertou mais a defesa, continuou dominando os rebotes, inclusive ofensivos, e chegou a abrir 11 pontos de vantagem. Mas a bola de três pontos do time da casa estava afiada, e a equipe voltou pro jogo, passando na frente do placar no minuto final. O quarto foi mais jogado, com menos desperdícios de bola, e os ataques fluindo melhor. No quarto final, as trocas de liderança foram uma constante. Os aproveitamentos de dois pontos, do Khimki, e de três pontos, do Estrela Vermelha, continuavam altos, e as defesas não conseguiam segurar os ataques. Na metade final do período, Jordan Loyd, que estava discreto, aparece de forma decisiva, com a equipe conseguindo abrir 15 pontos de diferença, após uma corrida de incríveis 18 a 2. Esse foi o golpe final no Khimki, que não conseguiu mais reagir e registrou mais uma derrota. Destaque para as 16 bolas de três pontos da equipe da casa, com aproveitamento recorde do time de 69,6%. Individualmente, Jordan Loyd, com 22 pontos (5 de 8 do perímetro), quatro rebotes, seis assistências e dois roubos de bola, e Dejan Davidovac, com 16 pontos (4 de 4 dos três pontos), foram os grandes destaques. Vale mencionar a grande partida de Errick McCollum, com 29 pontos, sete rebotes, seis assistências e 33 de PIR (Performance Index Rating), e Jordan Mickey, com 27 pontos, sete rebotes e dois tocos. O jogo não alterou em nada a classificação dos dois times, já matematicamente eliminados dos Playoffs, com o Estrela Vermelha se mantendo no 17º lugar e o Khimki na última (18ª) posição.

Real Madrid (ESP) 76 x 81 Barcelona (ESP)
Fechando a porção de quinta-feira da rodada, Real Madrid e Barcelona fizeram o “El Clásico” em Madri, o quarto desta temporada. Este jogo era bem provavelmente a atração especial desta 29ª jornada e não desapontou. Este foi um jogo em que nenhum dos intervenientes conseguiu se distanciar muito um do outro. O Real Madrid nunca conseguiu estar a vencer por mais de um ponto e a maior vantagem do Barcelona foi de seis pontos, no final da primeira parte. A última vez que o Real esteve na frente, o ala-pivô Nikola Mirotić interveio e fez tudo para ter a certeza que os madrilenos nunca mais passariam para a frente, pois após Usman Garuba colocar a equipa da capital na frente, ele marcou no garrafão, assistiu para o triplo de Pierre Oriola, marcou dois lances livres e teve um toco logo a seguir. Na decisão deste jogo, esteve o cuidado com a bola que cada equipa teve, pois o Barcelona, apesar de ter o pior registo da prova, com 15 perdas de bola por jogo, teve apenas nove neste encontro. Já o Real perdeu a bola 16 vezes, dando aos catalães “posses de bola extra”. A eficácia na linha de lance livre foi outro fator importante. O Barcelona converteu 80% (12 em 15) e o Real Madrid apenas 64,7% (11 em 17). Para a equipa da casa quem esteve melhor foi Walter Tavares, que fez o que pode para não sair do clássico com a derrota, conseguindo 16 pontos (cinco em seis de dois pontos e seis em oito de lance livre), 11 ressaltos, três assistências, oito faltas sofridas, para 29 de PIR. O homem do jogo foi, sem surpresas, Mirotić, com os seus 13 pontos, cinco ressaltos, cinco assistências e também oito faltas sofridas, resultando num PIR de 24. Com a vitória, a terceira seguida, o Barça manteve a liderança isolada (21 vitórias e oito derrotas) e se colocou à beira da classificação, mas dependia de outros resultados. O Real perdeu todos os quatro clássicos contra o Barcelona na temporada, entre Euroliga e competições nacionais, além de ter perdido todos os seis jogos que realizou contra times espanhóis na Euroliga até aqui. Com as derrotas de Fenerbahçe e Zenit no dia seguinte, os catalães se tornaram o primeiro time a matematicamente se classificar para as quartas-de-final. Já o Real segue em seu momento de instabilidade, com a quarta derrota nos últimos seis jogos. Eles chegaram a cair novamente para o sétimo lugar, mas, com as derrotas citadas acima, voltaram para o mesmo sexto lugar (17 vitórias e 12 derrotas) em que iniciaram a rodada.

Anadolu Efes (TUR) 89 x 62 Žalgiris Kaunas (LIT)
Abrindo a sexta-feira, o embalado Efes recebeu a equipe do Žalgiris e conseguiu uma esmagadora vitória, a sétima seguida. Com um jogo rápido no ataque, envolvendo a defesa lituana com muitos passes e movimentação, a equipe turca começou com um aproveitamento de quadra arrasador, conseguindo sete cestas em sete tentativas. O Žalgiris tinha muitas dificuldades ofensivas, com pouca movimentação de bola e arremessos contestados. Na defesa, a fragilidade de sempre: time fraco fisicamente, errando muito nas rotações defensivas, normalmente deixando um arremessador livre. E essa fragilidade contra um ataque como o do Anadolu, custa muito caro. A equipe da casa fechou o primeiro quarto com vitória de 26 a 12, com destaques para o pivô Sertaç Şanlı, com sete pontos, e Vasilije Micić, com oito. Do lado lituano, baixo aproveitamento nos arremessos, não conseguindo marcar nenhum ponto nos últimos três minutos do período. No segundo quarto, já com Shane Larkin em quadra, as coisas não melhoraram para o time de Kaunas, que levou quase três minutos para marcar os primeiros pontos. O segundo melhor aproveitamento de três pontos da competição, do Žalgiris, não estava numa boa noite, acertando apenas dois em oito tentativas no período. A intensidade defensiva do Anadolu sufocava o ataque do time visitante, fazendo com que Marius Grigonis, o principal pontuador do Žalgiris, desse o primeiro arremesso quando faltavam pouco mais de três minutos para o fim do primeiro tempo. Tendo Larkin como grande protagonista, com dez pontos, o quarto fechou 23 a 16 para o time turco, levando uma tranquila vantagem de 21 pontos para o vestiário. No início do terceiro quarto, o Žalgiris conseguiu cinco pontos sem resposta, fazendo com que o técnico Ergin Ataman parasse o jogo. Ajustes feitos, o Anadolu seguiu arrasador. Com o trio Larkin-Şanlı-Micić muito dominante, a equipe do Žalgiris até tentava uma reação, com Grigonis e Thomas Walkup especialmente, mas o time turco era muito superior, indo para o último quarto com 28 pontos de vantagem. No quarto final, as duas equipes relaxaram, com o Žalgiris já entregue e o Anadolu apenas administrando a vitória até o final. Com quase 70% de aproveitamento nas bolas de dois pontos, e 44% nas bolas do perímetro (15 de 34), complementados com 23 assistências, a equipe turca mostrou novamente a força coletiva que possui, tornando o nome cada vez mais forte para a disputa do título. O grande destaque individual foi Micić, com 17 pontos, quatro rebotes, quatro assistências e dois roubos de bola, além de Larkin, com 18 pontos, três assistências e quatro roubos de bola. Com os resultados da rodada, o Efes assume a quarta posição na tabela, enquanto o Žalgiris cai para a 11ª posição, complicando suas chances de classificação.

Baskonia (ESP) 78 x 71 Bayern de Munique (ALE)
Este foi um daqueles jogos em que o resultado final não transmite aquilo que se passou durante a maioria dos 40 minutos. Foi uma partida em que, a partir do início da segunda parte, o Baskonia dominou completamente. Eles entraram empatados para o terceiro período e sete minutos depois os bascos venciam por 25 pontos de diferença. Isso é resultado de uma parcial que o Baskonia teve de 27 a 2, com a ajuda dos seus seis em oito de três pontos. Para além disso, fizeram o Bayern a não marcar nenhum lançamento de campo durante mais de sete minutos. Convinha ao Baskonia ter segurado esta larga vantagem, pois o Bayern tinha ganho por 11 pontos na primeira volta e, agora, continuam a manter a vantagem do “tie-break“. Apesar de ter perdido, Jalen Reynolds teve uma das suas melhores noites com 18 pontos (oito em 11 de dois pontos), dez ressaltos (três ofensivos), um máximo de carreira sete assistências e dois roubos de bola, que resultaram num PIR de 34. Para o Baskonia, Tonye Jekiri foi quem mais brilhou, com os seus 15 pontos (60% em lançamentos de campo), nove ressaltos (quatro ofensivos), cinco assistências, dois roubos de bola, seis faltas sofridas e um PIR de 27. A vitória deu prosseguimento a esta incrível arrancada que o campeão espanhol vem fazendo. Foi o sexto triunfo da equipe nos últimos sete jogos. Graças à derrota do Žalgiris, o Baskonia rouba dos lituanos o nono lugar (15 vitórias e 14 derrotas), levando vantagem no critério desempate com os dois times que o perseguem e têm a campanha idêntica. Para os alemães, porém, a derrota custou caro. Os bávaros perderam a oportunidade de subir do quarto para o terceiro lugar, caso tivessem vencido. Ao invés disso, eles perderam o seu lugar no “G4”, ocupando agora o quinto lugar (18 vitórias e 11 derrotas).

Olympiacos (GRE) 75 x 61 Zenit São Petersburgo (RUS)
Ainda tentando manter vivas as suas chances de ir às quartas-de-final, o Olympiacos recebeu em Pireu o time perseguido por todos os times fora da zona, o Zenit. Ocupando o oitavo lugar, os visitantes buscavam afastar a má fase: nas sete partidas anteriores, a equipe havia perdido cinco e se distanciou de vez do “G4”. Neste famoso “jogo de seis” pontos, foram eles que começaram mostrando mais vontade, fazendo um excelente primeiro tempo. Na metade final do primeiro quarto, os russos conseguiram uma parcial de 14 a 0, comandada por Kevin Pangos (nove pontos em três arremessos de três, além de duas assistências) e Mateusz Ponitka (cinco pontos), que lhes colocou à frente por 23 a 9. No decorrer do segundo período, eles conseguiram elevar essa vantagem para 17 pontos. Porém, a partir daí, o Olympiacos deu início à sua incrível virada. Eles diminuíram seu déficit antes do intervalo, com uma parcial de 8 a 0. Mas foi no segundo tempo que eles realmente engrenaram. O Zenit até que começou bem o segundo tempo, com um 5 a 0 que trouxe a vantagem da equipe de volta para 16 pontos. Mas, com uma defesa fortíssima, os gregos foram pouco a pouco minando a vantagem do adversário. Sasha Vezenkov (11 pontos) e Shaquielle McKissic (nove) trouxeram os anfitriões de volta à partida, com o placar mostrando uma vantagem de apenas 56 a 54 para o Zenit no início do último quarto. Com uma defesa espetacular, que forçou cinco “turnovers” e fez o adversário errar todas as nove tentativas de três pontos, o Olympiacos limitou o Zenit a apenas cinco pontos no quarto. Além disso, eles também contaram com uma atuação incrível do lendário Vassilis Spanoulis. Fazendo uma temporada bem abaixo dos seus padrões, por causa da avançada idade, ele foi responsável por 11 dos 21 pontos da equipe no período e ajudou o Olympiacos a alcançar uma vantagem de duplos-dígitos e caminhar tranqüilo para a vitória. Spanoulis se tornou o quarto jogador com pelo menos 38 anos e 7 meses de idade a fazer 16 ou mais pontos em um jogo na história da Euroliga moderna, se juntando a um seleto grupo. Ele terminou o jogo como o cestinha da equipe, com 16 pontos, sua maior marca nesta temporada. McKissic e Vezenkov vontribuíram com 13 cada. Pelo Zenit, Pangos terminou como o cestinha, com 20 pontos, além de sete assistências, enquanto Ponitka registrou um duplo-duplo, com dez pontos e 11 rebotes. Os dois times não tiveram suas colocações alteradas, com o Zenit ainda segurando o oitavo lugar (16 vitórias e 12 derrotas) e o Olympiacos permanecendo em 12º (13 vitórias e 16 derrotas). Mas o resultado colocou ainda mais fogo na briga pelas últimas vagas para os playoffs.

Valencia (ESP) 66 x 52 Fenerbahçe (TUR)
A defesa também foi o fator decisivo de outro confronto direto importantíssimo para a definição das últimas vagas. Pressionado por duas derrotas consecutivas, o Valencia (11º colocado) recebeu o Fenerbahçe (sétimo), a sensação do segundo turno, que por sua vez vinha de duas vitórias empolgantes e buscava colar no “G4”. Após os turcos abrirem a partida com um 5 a 0, o Valencia tomou a liderança (a qual nunca mais perderia) com dez pontos rápidos, com apenas um de resposta do Fener. A vantagem dos “Laranjas” chegou à casa dos dez pontos no início do segundo quarto, mas Dyshawn Pierre impulsionou os visitantes nos minutos seguintes, marcando sete pontos e ajudando-os a empatar a partida em 28 a 28. Mas ficou por aí a reação turca, pois, nos minutos finais do primeiro tempo, os espanhóis fizeram uma parcial de 9 a 0, comandada por Sam Van Rossom (quatro pontos) e Nikola Kalinić (três pontos e três assistências). As duas equipes se fecharam muito bem na defesa na volta para o segundo tempo, proporcionando um terceiro quarto com um placar dimiunto, com vitória de 11 a 8 para o Fenerbahçe. A tônica da partida continuou a mesma, com as duas defesas ainda muito fortes no último período, mas o Valencia conseguiu manter os visitantes, durante todo o tempo, a uma distância que não os ameaçava. Nos minutos finais, o Fenerbahçe se viu entregue e os donos da casa conseguiram “matar” o jogo, construindo uma vantagem de duplos-dígitos. Van Rossom foi o cestinha do Valencia e do jogo, com 17 pontos, além de cinco rebotes, três assistências e dois roubos, que lhe deram 26 de PIR. Mike Tobey e Martin Hermannsson contribuíram com 12 e 11 pontos cada. Pelo lado do Fener, Jan Veselý (15 pontos) e Nando de Colo (14 pontos, seis rebotes e quatro assistências) foram os únicos destaques, com nenhum outro jogador fazendo mais do que nove pontos. O resultado fez o Valencia subir uma colocação, agora em décimo (15 vitórias e 14 derrotas), enquanto o Fenerbahçe permanece no sétimo lugar (17 vitórias e 12 derrotas). Além de uma vitória contra o concorrente direto, o Valencia também garantiu a vantagem no critério de desempate contra o próprio Fenerbahçe, por tê-lo vencido nos dois jogos da temporada. Ou seja, caso os dois times terminem a temporada regular com a campanhas idênticas, quem ficará à frente serão os espanhóis.

Confira como ficou a classificação geral da Euroliga após a 29ª rodada:

By Tabela de Ferro

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