O Zenit São Petersburgo é outro time que se reformulou quase que por completo e, por causa disso, ainda é uma incógnita. A temporada passada foi péssima, com o clube terminando em último lugar na temporada regular. Mas eles ganharam de presente mais uma chance de jogar a Euroliga e têm em seu novo treinador seu maior trunfo para talvez surpreender e chegar aos playoffs.
Quem chegou
Denis Zakharov (PG, Enisey Krasnoyarsk-RUS, russo, 26 anos) assinou por duas temporadas / Kevin Pangos (PG, Barcelona-ESP, canadense, 27 anos) assinou por uma temporada / Alex Poythress (PF, Galatasaray-TUR, estadunidense, 26 anos) assinou por uma temporada / Arturas Gudaitis (C, Olimpia Milano-ITA, lituano, 27 anos) assinou por duas temporadas / K.C. Rivers (SG/SF, Žalgiris-LIT, estadunidense, 33 anos) assinou por uma temporada / Billy Baron (PG/SG, Estrela Vermelha-SER, estadunidense, 29 anos) assinou por duas temporadas / Vitaly Fridzon (SG, Lokomotiv Kuban-RUS, russo, 34 anos) assinou por uma temporada;
Quem saiu
Alex Renfroe (PG/SG, bósnio-estadunidense, 34 anos) / Gustavo Ayón (C, mexicano, 35 anos) / Andrew Albicy (PG, francês, 30 anos) / Colton Iverson (C, estadunidense, 31 anos) / Anton Ponkrashov (SG/SF, russo, 34 anos) / Evgeny Voronov (SG, russo, 34 anos) / Tim Abromaitis (PF, estadunidense, 30 anos);
| Possível quinteto titular: PG – Kevin Pangos SG – Billy Baron SF – Mateusz Ponitka PF – Alex Poythress C- Arturas Gudaitis Sujeito a variações | Possível segunda unidade: PG – Dmitry Khvostov SG – K.C. Rivers SF – Austin Hollins PF – Andrey Zubkov C- Will Thomas Sujeito a variações |
Desempenho geral na temporada passada
Este é o curioso caso do Zenit São Petersburgo: para início de conversa, o clube russo não deveria ter estado na Euroliga da temporada passada. Eles foram convidados e ganharam uma licença de um ano pois o Valencia ficou com duas vagas, uma destinada à ACB e a outra por ter sido campeão da EuroCup. Por interesses econômicos, a Euroliga decidiu dar uma dessas vagas ao Zenit, que vem investindo muito no basquete em anos recentes. Mas o clube não conquistou essa vaga dentro de quadra.
Pois bem. Dentro de quadra, o Zenit foi o pior time da última temporada da Euroliga, terminando na última colocação, vencendo somente oito dos 28 jogos disputados antes da paralisação. Tudo indicava que eles haviam “caído de paraquedas” na Euroliga e dariam adeus à vaga no ano seguinte. Com um elenco fraco, o clube também vinha mal das pernas em sua liga doméstica, a VTB, havendo vencido somente oito dos 18 jogos disputados antes da paralisação. Mas, aí, veio a decisão da Euroliga, quando do cancelamento da temporada 2019-20, de que os mesmos clubes que disputaram aquela temporada estariam automaticamente garantidos na temporada 2020-21. Não fosse essa “salvação”, o Zenit correria o risco de não se classificar nem mesmo para a EuroCup para esta temporada.
Curiosamente, após a 24ª rodada da temporada regular, insatisfeitos com o trabalho do treinador espanhol Joan Plaza, o clube o demitiu e trouxe o renomado e multi-campeão Xavi Pascual, que levou o Barcelona ao título europeu em 2010. É claro que não houve tempo para o técnico espanhol implantar seu trabalho, pois pôde comandar a equipe por apenas quatro jogos, mas o clube teve sua aposta premiada com mais uma chance no maior palco da Europa, agora com um treinador de alto nível.
Reforço(s) mais importante(s) para esta temporada
Vários bons jogadores foram contratados. Alguns em busca de uma segunda chance na carreira, outros já experientes e realizados. Existe a possibilidade que todos esses “ingredientes” possam colocar esse time mais próximo de uma vaga nas quartas-de-final. Mas isso só acontecerá se o treinador Xavi Pascual conseguir repetir seus bons trabalhos de anos anteriores. Ele conseguiu levar o Barcelona a cinco Final Fours, mas o último deles foi em 2014. Desde então, apesar de ter conquistados títulos nacionais importantes, ele não conseguiu mais chegar no evento mais importante do basquete europeu. Suas duas temporadas à frente do Panathinaikos não agradaram. Mas a cobrança no Zenit será bem menor do que nos outros dois gigantes e ele terá a possibilidade de tornar esse time competitivo.
O que esperar nesta Euroliga
Como mencionado anteriormente, o Zenit acabou ficando em uma posição curiosa. Ao mesmo tempo que fez uma temporada muito ruim e não estaria de volta à Euroliga por méritos próprios em circunstâncias normais, o time está com a faca e o queijo na mão para mudar seu destino. Pascual sabe o caminho da vitória na Europa, além dos seis títulos nacionais e cinco títulos de copas nacionais nos clubes que comandou. Para tal, o clube fez um mercado bom. Se comparados o elenco do ano passado com o deste ano, pode-se dizer que o Zenit foi um dos times que mais melhorou, pelo menos no papel. A equipe se reforçou em todos os setores, além de ter adicionado experiência, com jogadores que já foram campeões de diversos títulos em outros clubes, e também atleticismo.
O novo quinteto titular foi completamente renovado, com jogadores que já foram peças-chave de campanhas vitoriosas de outros clubes, como o armador canadense Kevin Pangos, que antes de passar duas temporadas frustrantes pelo Barcelona (a última arruinada por lesões), havia sido o armador titular Zalgiris Kaunas que chegou ao Final Four. O experiente K.C. Rivers é o homem de confiança de Pascual, após terem passado dois anos juntos no Panathinaikos.
No garrafão, o lituano Arturas Gudaitis teve uma excelente temporada 2018-19 pela Olimpia Milano, mas teve uma lesão séria no joelho, que arruinou com a sua temporada seguinte, na qual mal jogou. Ele chega para ser o titular e talvez o grande jogador da equipe. O outro pivô, Alex Poythress, teve uma boa temporada de estréia na Europa, vindo da NBA. Ele foi um dos melhores jogadores do Galatasaray no campeonato turco e na EuroCup e vem como um dos jogadores mais atléticos do time.
As chances do Zenit chegar aos playoffs ainda são bem pequenas. Mas assim como outros times que se reformularam por completo, o resultado final ainda é uma incógnita. Pascual e os reforços podem dar muito certo, caso a equipe “dê liga”. Mas mesmo que eles consigam alcançar as quartas-de-final, esse deverá ser o limite.