Três das principais escolas do basquete europeu estão representadas neste grupo C do EuroBasket de 2022, acumulando um total de 17 medalhas na história entre si. Nesse quesito, o grupo fica atrás apenas do grupo B, cujas seleções acumulam 22 medalhas, mas divididas entre cinco seleções vencedores. Em teoria, essas três escolas tradicionais têm favoritismo para passar de fase e têm grandes chances de alcançar medalhas.
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As equipes
🇬🇷 Grécia
Participações no EuroBasket: esta será a 28ª vez que os gregos disputam o torneio principal do EuroBasket, a 16ª consecutiva;
Melhor(es) resultado(s): medalha de ouro nas edições de 1987, jogando em casa, e de 2005, além de uma prata em 1989 e dois bronzes, em 1949 e 2009;
Elenco desta edição*:
*Até a data desta publicação, o elenco final ainda não havia sido definido
Armadores
Nick Caláthes (Fenerbahçe-TUR)
Kóstas Sloúkas (Olympiacos-GRE)
Michális Loúntzis (Olympiacos-GRE)
Leftéris Bochorídis (Panathinaikos-GRE)
Dimítris Moráitis (Peristeri-GRE)
Alas-armadores e alas
Ioánnis Papapétrou (Partizan Belgrado-SER)
Tyler Dorsey (Dallas Mavericks-EUA)
Thanásis Antetokoúnmpo (Milwaukee Bucks-EUA)
Kóstas Papanikoláou (Olympiacos-GRE)
Giannoúlis Larentzákis (Olympiacos-GRE)
Leonídas Kaselákis (Peristeri-GRE)
Panagiótis Kalaitzákis (Panathinaikos-GRE)
Alas-pivôs e pivôs
Giánnis Antetokoúnmpo (Milwaukee Bucks-EUA)
Geórgios Papagiánnis (Panathinaikos-GRE)
Dimítris Agravánis (Kardítsas-GRE)
Kóstas Antetokoúnmpo (ASVEL-FRA)
Níkos Chougkáz (Panathinaikos-GRE)
Kóstas Góntikas (Argeș Pitești-ROM)
Giánnis Kouzéloglou (AEK Atenas-GRE)
Técnico: Dimíttris Itoúdis (GRE)
🇮🇹Itália
Participações no EuroBasket: esta será a 38ª vez que os italianos disputam o torneio principal do EuroBasket, a quinta consecutiva;
Melhor(es) resultado(s): medalha de ouro nas edições de 1983 e de 1999, além de quatro pratas (1937, 1946, 1991 e 1997) e quatro bronzes (1971, 1975, 1985 e 2003);
Elenco desta edição:
Armadores
Marco Spissu (Reyer Veneza-ITA)
Alessandro Pajola (Virtus Bolonha-ITA)
Tommaso Baldasso (Olimpia Milão-ITA)
Alas-armadores e alas
Achille Polonara (Anadolu Efes-TUR)
Simone Fontecchio (Utah Jazz-EUA)
Stefano Tonut (Olimpia Milão-ITA)
Nico Mannion (Virtus Bolonha-ITA)
Alas-pivôs e pivôs
Nicolò Melli (Olimpia Milão-ITA)
Luigi Datome (Olimpia Milão-ITA)
Giampaolo Ricci (Olimpia Milão-ITA)
Amadeo Tessitori (Virtus Bolonha-ITA)
Paul Biligha (Olimpia Milão-ITA)
Técnico: Gianmarco Pozzecco (ITA)
🇪🇪Estônia
Participações no EuroBasket: esta será a sexta vez que os estonianos disputam o torneio principal do EuroBasket, a primeira desde 2015;
Melhor(es) resultado(s): antes de ser ocupada e anexada à União Soviética, a Estônia independente conseguiu terminar em quinto lugar em duas edições consecutivas do EuroBasket, em 1937 e em 1939;
Elenco desta edição:
Armadores
Kristian Kullamäe (Lietkabelis-LIT)
Sander Raieste (Baskonia-ESP)
Sten Sokk (Messolonghi -GRE)
Alas-armadores e alas
Kerr Kriisa (Arizona Wildcats-EUA)
Henri Drell (Windy City Bulls-EUA)
Martin Dorbek (Kalev-EST)
Siim-Sander Vene (Hapoel Jerusalém-IRS)
Janari Jõesaar (Anwil Wloclawek-POL)
Alas-pivôs e pivôs
Maik-Kalev Kotsar (Baskonia-ESP)
Matthias Tass (Dabrowa Gornicza-POL)
Rauno Nurger (Gipuskoa-ESP)
Kristjan Kitsing (Kalev-EST)
Técnico: Jukka Toijala (FIN)
🇺🇦Ucrânia
Participações no EuroBasket: esta será a nona vez que os ucranianos disputam o torneio principal do EuroBasket, a quinta consecutiva;
Melhor(es) resultado(s): na edição de 2013, o selecionado da Ucrânia conseguiu sua melhor colocação na história, terminando em sexto lugar. Eles jamais conseguiram outra colocação melhor do que um 13º lugar;
Elenco desta edição:
Armadores
Denys Lukashov (Prometey-UKR)
Illya Sydorov (Prometey-UKR)
Vitaliy Zotov (VEF Riga-LET)
Alas-armadores e alas
Bogdan Bliznyuk (Budivelnyk-UKR)
Issuf Sanon (Prometey-UKR)
Svi Mykhailiuk (Toronto Raptors-CAN)
Ivan Tkachenko (Prometey-UKR)
Vyacheslav Bobrov (Budivelnyk-UKR)
Alas-pivôs e pivôs
Alex Len (Sacramento Kings-EUA)
Artem Pustovyi (Kyiv-UKR)
Volodymyr Gerun (Real Betis-ESP)
Dmytro Skapintsev (Kyiv-UKR)
Técnico: Ainars Bagatskis (LET)
🇬🇧Grã-Bretanha
Participações no EuroBasket: esta será apenas a quinta vez que os britânicos disputam o torneio principal do EuroBasket, a segunda consecutiva;
Melhor(es) resultado(s): a seleção britânica, com pouca tradição no basquete, começou a disputar a divisão principal do EuroBasket apenas a partir de 2009 e ela jamais alcançou uma posição melhor do que um 13º lugar;
Elenco desta edição*:
*Até a data desta publicação, o elenco final ainda não havia sido definido
Armadores
Luke Nelson (London Lions-ING)
Devon Van Oostrum (London Lions-ING)
Alas-armadores e alas
Ovie Soko (Shiga Lakestars-JAP)
Ben Mockford (Newcastle Eagles-ING)
Myles Hesson (Kagawa Five Arrow-JAP)
Carl Wheatle (Pistoia-ITA)
Patrick Whelan (Leicester Riders-ING)
Jamell Anderson (Cheshire Phoenix-ING)
Alas-pivôs e pivôs
Gabe Olaseni (Darüşşafaka-TUR)
Dan Clark (Manchester Giants-ING)
Kavell Bigby-Williams (Boulazac Dordogne-FRA)
Técnico: Nate Reinking (EUA)
🇭🇷Croácia
Participações no EuroBasket: após conseguir sua independência da antiga Iugoslávia, no início da década de 1990, a Croácia conseguiu disputar todas as edições do EuroBasket, sendo esta sua 14ª participação;
Melhor(es) resultado(s): como Croácia independente, a seleção conquistou dois bronzes, em 1993 e 1995;
Elenco desta edição:
Armadores
Jaleen Smith (ALBA Berlim-ALE)
Lovro Gnjidić (Cedevita Olimpija-SLO)
Dominik Mavra (Split-CRO)
Alas-armadores e alas
Mario Hezonja (Real Madrid-ESP)
Bojan Bogdanović (Utah Jazz-EUA)
Krunoslav Simon (Anadolu Efes-TUR)
Toni Perković (Orleans Loiret-FRA)
Ivan Ramljak (Śląsk Wrocław-POL)
Alas-pivôs e pivôs
Dario Sarić (Phoenix Suns-EUA)
Ivica Zubac (Los Angeles Clippers-EUA)
Karlo Matković (Cedevita Olimpija-SLO)
Roko Prkačin (Girona-ESP)
Técnico: Damir Mulaomerović (CRO)
Há um favorito ao ouro saindo deste grupo?
Historicamente, Grécia, Itália e Croácia estão em um patamar muito próxima umas das outras, especialmente quando a Croácia fazia parte da antiga Iugoslávia. No último EuroBasket, por exemplo, a Itália terminou em sétimo, a Grécia em oitavo e a Croácia em nono. Mas uma delas, a Grécia, terá um diferencial enorme para esta edição: Giánnis Antetokoúnmpo. A estrela do Milwaukee Bucks, que jogou pela primeira vez o torneio na edição de 2015, ainda como um garoto, volta a disputá-lo após ter ficado de fora da última edição, em 2017, por conta de uma lesão no joelho. Apaixonado por seu país e sua herança helênica, Antetokoúnmpo ainda persegue sucessos com sua seleção. É inquestionável que ele seja o jogador grego mais dominante da história, mas certamente ele sonha em levar a Grécia a algum título, o que o tiraria da sombra de Níkos Gális como o maior jogador da história da seleção. Semelhantemente às suas mais recentes temporadas com os Bucks, Antetokoúnmpo está faminto e isso pode aumentar sua vontade de levar a Grécia ao lugar mais alto do pódio em Berlim.
Quem pode surpreender?
Como mencionado acima, Antetokoúnmpo é o ponto de desequilíbrio entre as três forças deste grupo. Mas isso não significa que, dentro de quadra, a Grécia já é uma certeza para ficar com o primeiro lugar – e muito menos para vencer o ouro. Jogando em casa e com um elenco recheado de talentos de diferentes gerações, a Itália tem todos os ingredientes para garantir a classificação para a fase final sem maiores dificuldades e talvez até mesmo vencer os confrontos diretos contra Grécia e Croácia para ficar com o primeiro lugar do grupo. Há, porém, duas coisas que podem, vir a ser um problema para esta equipe: a primeira é que a federação italiana trocou o treinador da Nazionale no início de junho, demitindo Romeo Sacchetti, que assumiu o selecionado no início do último ciclo olímpico e conseguiu alguns resultados interessantes, e trazendo Gianmarco Pozzecco, ex-treinador da boa equipe da Dinamo Sassari (ITA).
Por mais que Pozzecco seja uma escolha quase que inquestionável para a seleção, o fato é que ele terá tido apenas três meses à frente dela para implantar sua filosofia de jogo. Ao mesmo tempo, um novo treinador pode representar uma mudança para a qual as rivais da Itália não puderam estudar. De um jeito ou de outro, a troca de treinador tão próxima do início da competição torna a Itália uma certa incógnita no que diz respeito a seu resultado final, mas definitivamente este time tem tudo para avançar de fase. A segunda coisa que pode atrapalhar os planos dos italianos é a lesão que o ala-pivô Danilo Gallinari sofreu em uma partida das eliminatórias para a Copa do Mundo neste sábado (27), contra a Geórgia. A estrela da equipe lesionou o joelho no início do último quarto e a federação italiana publicou uma nota no domingo (28) oficializando sua ausência na competição.
Quem são, em teoria, os sacos de pancada do grupo?
Como mencionado anteriormente, Grécia, Itália e Croácia estão um degrau acima das demais seleções do grupo. Porém, isso não quer dizer que elas terão vida fácil. Ucrânia e Grã-Bretanha fizeram campanhas excelentes durante as eliminatórias, acumulando vitórias contra rivais de peso e têm tudo para endurecer a vida das favoritas. A Estônia pode ser considerada o “patinho feio” do grupo e seria uma enorme surpresa se a equipe conseguisse beliscar uma vaga na fase final. Nas eliminatórias, a campanha foi negativa, com duas vitórias e quatro derrotas, idêntica à da última colocada do grupo, a Macedônia do Norte. O único diferencial entre os dois times foi que a Estônia conseguiu vencer os macedônios no saldo de pontos do confronto direto, no qual cada equipe venceu uma partida. Sem uma tradição muito grande no EuroBasket, a Estônia disputou apenas três edições da Divisão A da competição desde que deixou de fazer parte da União Soviética, a mais recente delas sendo a de 2015. O elenco atual é uma mescla de veteranos e jovens, mas a maioria deles são atletas que apenas compõem elencos em modestos clubes espalhados pela Europa. Somente o pivô Maik-Kalev Kotsar deteve algum tipo de protagonismo em temporadas recentes, sendo um dos destaques do Hamburg Towers (ALE) nas últimas duas temporadas. Em 2021-22, com o clube disputando a Bundesliga e a EuroCup, ele manteve médias de 14 pontos e 7,3 rebotes por jogo, liderando a equipe em eficiência em ambas as competições. Tal desempenho lhe rendeu uma contratação por parte do Baskonia (ESP), que disputa a Liga Endesa e a Euroliga. Em teoria, a equipe estoniana não dispõe de uma grande quantidade de talento em comparação com as demais equipes do grupo e as chances de ela avançar de fase são remotas.
O que esperar deste grupo? Nossos pitacos.
A depender da performance de Antetokoúnmpo, a Grécia é a favorita para terminar com o primeiro lugar. Por jogar em casa, a Itália não fica muito atrás e o confronto direto entre esses dois times possivelmente vai definir a liderança. Correndo um pouco por fora, a Croácia é uma incógnita se falamos sobre qual deve ser sua posição final (ou seja, se ela de fato briga com Grécia e Itália pelo primeiro lugar). O motivo é que o time, que detém muito talento em seu elenco, fez uma boa campanha nas eliminatórias, em um grupo que não era dos mais fortes. Porém, no torneio qualificatório para as Olimpíadas do ano passado, o time fez uma péssima campanha, não chegando sequer à final. Como mencionado, existe talento individual o suficiente na equipe para roubar uma vitória ou outra contra as duas favoritas, mas o caminho traçado por ela até aqui deixa dúvidas. Imagina-se que os croatas terminarão com a terceira vaga. Resta, portanto, a última vaga, que será disputada principalmente por Ucrânia e Grã-Bretanha. A campanha dos britânicos nas eliminatórias foi muito interessante, principalmente vindo de uma escola sem grande tradição no basquete e que precisou passar pelo torneio pré-qualificatório devido a seu baixo ranqueamento. Porém, meu palpite é que a história de Cinderela dos britânicos ficará pelas eliminatórias e os ucranianos ficarão com a quarta e última vaga.