Unicaja Málaga, Tenerife, Hapoel Jerusalém e Telekom Baskets Bonn são as quatro melhores equipes da Basketball Champions League, temporada 2022-23. O Final Four foi definido em uma semana de jogos sensacionais, realizados nesta terça e quarta-feira (18 e 19/04). Com exceção do duelo entre UCAM Múrcia e Unicaja Málaga, que foi decidido com uma varrida da equipe de Málaga, os outros três duelos foram levados ao jogo três de suas séries. O aguardado Final Four, que coroará o campeão da BCL nesta temporada, terá sede em Málaga e está marcado para os dias 12 e 14 de maio. Os horários serão divulgados futuramente, pois haverá um sorteio no dia 25/04, às 6h00 do horário de Brasília, para definir os confrontos da semifinal.  

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[2] Bonn 83 x 77 SIG Strasbourg [1]

Por Vinícius Matosinhos

Em uma série intensa, o Telekom Baskets Bonn (ALE) venceu em casa o terceiro jogo da série contra o SIG Strasbourg (FRA) e se classificou para a Final Four da competição, com o placar final de 83 a 77. Munido de alguns torcedores posicionados atrás de uma das tabelas, o Strasbourg deu muito trabalho ao clube alemão, pois, diferentemente da partida anterior, os franceses resistiram por muito tempo, chegando a abrir uma vantagem no placar após os três primeiros períodos. Em uma verdadeira guerra dentro do garrafão, onde foram assinaladas 13 faltas a cada uma das equipes, Paul Lacombe depois Tim Frazier orientaram o ritmo de jogo antes do intervalo (21 a 26 no primeiro período e 44 a 46 no segundo período a favor do Strasbourg).

O “tornado” alemão chegou após o intervalo. Com uma corrida de 8-0, colocando o Strasbourg contra a parede, o Bonn recuperou as rédeas da partida. Porém, foi um ímpeto que Javontae Hawkins e seus companheiros não conseguiram manter, pois pelo lado visitante, Ike Udanoh finalmente acordou ofensivamente e auxiliou DeAndre Lansdowne para converter duas cestas de três pontos cruciais, recuperando a liderança no placar no final do terceiro quarto (63 a 65), trazendo esperança para as centenas de torcedores franceses presentes na arena.

A equipe do Bonn quebrou rapidamente a bela dinâmica dos visitantes desde o início do último quarto. Primeiro Tyson Ward do perímetro, depois Leon Kratzer no rebote ofensivo e, finalmente, o incrível TJ Shorts (cestinha da partida com 24 pontos) participou de uma corrida quase letal de 13-2 a quatro minutos do final (76-67). Impulsionados pelos seus torcedores, os jogadores do Telekom Baskets mantiveram o ritmo elevado da partida, um verdadeiro jogo de quartas de final com sabor da Final Four. Sendo assim, os anfitriões apertaram a defesa e se dedicaram ofensivamente em jogadas rápidas. Discreto e desajeitado no início da partida, TJ Shorts vestiu seu traje de MVP para finalizar com a esperança do Strasbourg. Atordoados, os franceses não conseguiram mais construir jogadas ou marcar. Era a hora do Bonn comemorar a classificação histórica.

[2] Hapoel Jerusalém 91 x 51 A.E.K. Atenas [1]

Por Luigi Vancini

Na Pais Arena, em Jerusalém, Hapoel Jerusalém (ISR) e A.E.K. Atenas (GRE) se enfrentaram pela terceira e última vez para definir quem se classificaria para o Final Four, em Málaga, Espanha, no começo de maio. E podemos dizer que apenas um time entrou em quadra. A equipe da casa aniquilou completamente os gregos e venceu a partida por 91 a 51. A 2° partida com maior diferença dessa Basketball Champions League, perdendo apenas para Ludwigsburg x Bakken Bears, jogo realizado na fase de grupos que terminou 99 a 58 para a equipe da casa.

É importante citar a atuação do Hapoel como conjunto. Tirando o pivô Gilad Levy, que ficou apenas dois minutos em casa e entrou já no final da partida, todos os outros 10 jogadores que entraram em quadra pontuaram, com destaque mais uma vez para o armador Levi Randolph, que mostra cada vez mais ser um jogador especial, dessa vez com 25 pontos. Pelos lados do AEK, o único jogador que fez uma boa partida foi Brynton Lemar, com 21 pontos. Nem mesmo Akil Mitchell, que teve boas atuações nas outras duas partidas, conseguiu manter dessa vez, pois fez apenas sete pontos. O primeiro tempo da partida marcou 43 a 22, enquanto o segundo tempo deu o placar de 48 a 29. Acredito inclusive que os acontecimentos na Grécia inflamaram ainda mais a torcida e o time do Hapoel, que chegam com merecimento, ao Final Four da BCL pela primeira vez na sua história.

[2] Tenerife 84 x 72 Manresa [1]

Por Francisco Antonioli

Analisando apenas os números desta partida, seria altamente plausível pressupor um placar altamente favorável aos donos da casa (Tenerife), junto a uma partida que não deu espaços ao adversário. No melhor jargão brasileiro, poderia ser descrito como um “atropelo”, já que os mandantes não apenas lideraram em praticamente todos os quesitos em quadra, como também obtiveram no mínimo 44% de conversão dentre as estatísticas de arremessos. Porém, o limite do que os números podem mostrar, felizmente, não é o mesmo do que uma partida pode. E assim batalhou até o final a equipe catalã como visitante, diante de um fortíssimo adversário em busca do bicampeonato seguido.

Com novamente um começo muito disputado entre ambas as equipes, o favoritismo não desequilibrou para nenhum dos lados, e com requintes de individualidade, a equipe do Tenerife (ESP) conseguiu uma leve vantagem de dois pontos ao fim do primeiro período, conseguindo espaçar muito bem a quadra para encontrar seus chutadores e ao mesmo tempo, com o belo pick and roll do maestro Marcelo Huertas (BRA), deu eletricidade aos ataques dos mandantes. Porém o Manresa (ESP) não iria dar brechas fáceis para que a diferença se estendesse muito, e os mandantes mais do que nunca sabiam que qualquer instabilidade durante a partida poderia custar a classificação. O segundo período foi o mais “desequilibrado” em pontos da partida, com uma diferença de 7 pontos para Tenerife, alavancada pela grande atuação de Bruno Fittipaldo (URU), armador que veio do banco e contribuiu com 22 pontos e mostrou o quão “letal” o time dirigido por Txus Vidorreta pode ser, até mesmo vindo do banco. O uruguaio não apenas protagonizou lances vistosos na parte ofensiva da quadra, com direito até a cesta de três convertida com falta, como também ditou o que seria a diferença que os mandantes precisavam para administrar até o fim da partida. Ida ao vestiário com Tenerife (ESP) à frente, com vantagem de nove pontos.

O segundo tempo de partida não foi diferente do restante da série: muita intensidade, defesas fortes e a individualidade falando mais alto. A equipe de Manresa mostrou na competição que, não só tem um coletivo altamente eficiente, com uma organização tática invejável, como também sabe lidar muito bem com momentos adversos durante a partida, isso tudo jogando com uma plateia de oposição. A competição para o já experiente jogador de garrafão Devin Robinson (EUA), serviu para mostrar o quão eficiente ele pode ser sobre adversários duríssimos, não apenas isso, como também tem potencial para liderar a equipe a grandes façanhas nos próximos anos, caso permaneça na Catalunha. Seus 14 pontos e oito rebotes o colocaram como possivelmente o melhor jogador da equipe na competição, conseguindo muitas vezes neutralizar seus duríssimos oponentes, e assim manter a equipe “ligada” na partida e com esperanças no placar. Mesmo com bons embates no garrafão, a diferença foi mantida a favor de Tenerife para o último quarto, levando dez pontos para os minutos decisivos. Ainda que Giorgio Shermandini (GEO) e o jovem recém-contratado Leandro Bolmaro (ARG) não estivessem em um dia inspirado a ponto de comandarem efetivamente a equipe, o fator que levou a equipe das canárias ao título da última temporada prevaleceu: a qualidade da rotação. Huertas (16 pontos e sete assistências) teve auxílio do banco com o já citado Fittipaldo (22 pontos) e Tim Abromaitis (8 pontos) para assim segurar a vantagem do placar e decretar a classificação da equipe para o tão sonhado Final Four. Vitória de Tenerife por 84 a 72 (maior diferença da série).

Equipes do Final Four definidas:

By Tabela de Ferro

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