Campeão alemão pela primeira vez em mais de uma década na temporada passada, o ALBA Berlim chega empolgado para a nova temporada. Porém, a empolgação não deve ser suficiente. O time ainda tem um dos elencos mais modestos da competição e lutará para não ser só mais um time de meio de tabela e talvez beliscar uma vaga nos playoffs.
Quem chegou
Ben Lammers (C, Bilbao-ESP, estadunidense, 24 anos) assinou por três temporadas / Simone Fontecchio (SF, Reggio Emilia-ITA, italiano, 24 anos) assinou por três temporadas / Louis Olinde (SG/SF, Bamberg-ALE, alemão, 22 anos) assinou por três temporadas / Jayson Granger (PG/SG, Baskonia-ESP, uruguaio, 30 anos) assinou por uma temporada / Maodo Lo (PG/SG, Bayern de Munique-ALE, alemão, 27 anos) assinou por uma temporada;
Quem saiu
Landry Nnoko (C, camaronês, 26 anos) / Rokas Giedraitis (SG/SF, lituano, 27 anos) / Makai Mason (PG/SG, alemão, 25 anos) / Martin Hermannsson (PG/SG, islandês, 25 anos) / Tyler Cavanaugh (PF, estadunidense, 26 anos) / Kenneth Ogbe (SG/SF, alemão, 25 anos);
Possível quinteto titular: PG- Peyton Siva SG- Jayson Granger SF- Niels Giffey PF- Luke Sikma C- Ben Lammers Sujeito a variações | Possível segunda unidade: PG- Maodo Lo SG- Marcus Eriksson SF- Simone Fontecchio PF- Tim Schneider C- Johannes Thiemann Sujeito a variações |
Desempenho geral na temporada passada
A temporada passada do ALBA Berlim foi de completa dominância nas competições germânicas. Já na Europa nem tanto. A época começou com a passagem para os quartos-de-finais na Taça Alemã, a estreia na liga começou bem contra o Vechta e na Euroliga quase que conseguiam o que poucos fizeram que foi ganhar em casa do Anadolu Efes. Esse jogo foi a prolongamento, onde o Efes ficou com a vitória por 106-105.
À medida que a temporada passava as coisas na Euroliga não estavam famosas, a primeira vitória veio só na oitava jornada em casa do Panathinaikos (106-105, em prorrogação). A partir daí as coisas melhoraram mas demorou para o ALBA sair do poço. Foi preciso chegar à jornada 20 para vermos o ALBA fora dos últimos três colocados. Aliás nessa altura havia esperança nos alemães, vinham numa boa fase (três vitórias em quatro jogos) e estavam com apenas mais três derrotas que o sétimo. No entanto a boa fase acabou e os “Albatrozes de Berlim” acabaram por só conseguir mais duas vitórias até ao final da Euroliga, provocado pela COVID-19. Os alemães terminaram em 16º com 9 vitórias e 19 derrotas.
Na Alemanha apesar de a temporada regular na liga não estar a correr como planeado, os albatrozes mantinham-se pelos lugares do meio nas posições de playoff. O ALBA estava bem encaminhado na BBL-Pokal (Taça Alemã), eliminando equipas como o Wurzburg e o Bamberg antes de enfrentarem o Oldenburg na final. Neste jogo a equipa de Berlim nem deu hipóteses e conquistava o primeiro título da época. Antes da interrupção precoce do campeonato germânico, estava em quarto. Na realização da fase final no Audi Dome, em Munique, o ALBA Berlim teve apenas vitórias: começou por ficar em primeiro num grupo com Ludwinsburg, Bamberg, Frankfurt e Vechta; depois varreram categoricamente Gottingen, Oldenburg e, na final, o Ludwinsburg, que já tinham vencido na fase de grupo. O título alemão voltava a Berlim depois de 12 anos.
Reforço(s) mais importante(s) para esta temporada
A equipa do ALBA Berlim sofreu uma grande mudança nesta offseason. Conta-se sete jogadores novos e oito que partiram para novas cidades. O poste principal da época passada Landry Nnoko foi para o Estrelha Vermelha, deixando apenas Johannes Thiemann como o único disponível para ocupar aquela posição. Com isso o ALBA foi buscar Ben Lammers ao Bilbao e Shevon Thompson ao Oostend. De acordo com as características dos jogadores vejo o ALBA a rodar entre os três jogadores durante o jogo e dar mais tempo àquele que tiver um melhor matchup. Por isso estes dois reforços serão bem importantes.
Mas o reforço que me chama mais atenção é o ala Simone Fontecchio. Italiano de 24 anos e com 2,03m, que joga na posição três, o jovem jogador já se estreou pela seleção de Itália nas qualificações para o EuroBasket. Em Itália já foi selecionado por duas vezes ao All-Star da liga e em 2015 ganhou o prémio de melhor jogador jovem. O ano passado ao serviço da Reggio Emilia teve uma média de 11 pontos e 4 ressaltos por jogo. O italiano deverá ser o substituto primário do “menino” da casa Niels Giffey e vai compartilhar essa rotação com Louis Olinde (vindo do Bamberg). Simone assinou um contrato por três anos e acredito que será uma aposta para agora, para no futuro ser uma estrela. O potencial que ele tem (tanto que a NBA andou de olhos nele) começou a aparecer assim que teve tempo de jogo na Reggio. Por isso é que acredito que terá uma certa importância nesta equipa alemã.
O que esperar nesta Euroliga
Como disse anteriormente, o ALBA Berlim teve muitas alterações neste mercado de transferências. Entre elas, perdeu os seus dois melhores marcadores Martin Hermannsson (para o Valência) e Rokas Giedraitis (para o Baskonia) e ainda perdeu o pivô titular como já foi dito. Não acredito que a qualidade dos reforços cubram as saídas, no entanto pareceu-me que a estratégia foi ganhar profundidade no elenco, porque para uma equipa que vai jogar duas vezes por semana é muito importante, para manter a consistência no campeonato e na Euroliga.
Neste ano devido às limitações e possíveis estragos que a COVID-19 pode causar acredito que mais que nunca é preciso que um plantel seja profundo com opções de qualidade seja, qual for a unidade a que o jogador pertence. Por isso acredito que o ALBA na Euroliga tenha uma participação semelhante à do ano transato, das piores equipas, sem conseguir ir aos playoffs, mas também não será o alvo de chacota dos mais poderosos. Prevejo ainda alguns upsets e que complique certos jogos contra os mais fortes, mas mais uma vez, não deverá ser uma grande temporada para os alemães nas competições europeias.