A maior competição continental organizada pela FIBA chegou na reta final. Nesta sexta-feira (12), o Final Four da Basketball Champions League foi iniciada com jogos à altura da temporada. Os favoritos ao título eram os clubes da Espanha, o atual campeão Tenerife e os donos da casa Unicaja Málaga, porém, a magia do jogo único fez com que Hapoel Jerusalém e Telekom Baskets Bonn garantissem a vitória nos últimos segundos e se classificassem para uma final inédita para os dois clubes. Será também a primeira vez que um clube alemão ou israelense chega à final da competição.

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Tenerife 68 x 69 Hapoel Jerusalém

Por Francisco Antonioli

A tão esperada semifinal entre estas duas equipes, não apenas foi marcada por reviravoltas ao longo da partida, como também elevou a tensão de seus espectadores, seja de dentro da quadra ou por transmissões.  Com dois times aguerridos e um placar final “apertado”, o confronto entre Tenerife (ESP) e Hapoel Jerusalém (ISR) foi digno de uma semifinal de Champions League.

A tensão já se iniciou nos primeiros minutos de partida, com os ataques de ambas as equipes tentando impor ritmo e velocidade ao jogo em suas saídas de bola. O elenco espanhol, em um primeiro momento, se mostrou levemente mais concentrado, e conseguiu não apenas conduzir seu lado ofensivo com “1×1” e espaçando a quadra, como também teve calma na defesa para se aproveitar de erros do adversário, finalizando o primeiro quarto com uma leve vantagem de três pontos. No segundo quarto, ocorreu a primeira reviravolta da partida. O jogo que estava equilibrado desde os segundos iniciais, começou a dar sinais de que não poderia ser assim em seu restante. Liderados pelos armadores Khadeen Carrington (Trindad e Tobago) e Levi Randolph (EUA), o Hapoel conseguiu não apenas neutralizar as fortes ofensivas dos espanhóis, como e emplacar uma série de bolas de três que conseguiram mudar, temporariamente, o rumo da partida, levando ao vestiário uma vantagem de quatro pontos no placar.

O segundo tempo de partida retomou o forte momento da equipe israelense, que contando com uma alta desconcentração da defesa de Tenerife, que manteve más trocas de marcação e uma leitura abaixo da partida (o que não costumam fazer), continuou a pressionar o adversário. O Tenerife, por sua vez, não conseguia fazer uma boa leitura em ambos os lados da quadra, e mesmo que arremessasse mais que seu adversário, seja para triplos ou não, não obteve o mesmo êxito nas conversões, já que o time espanhol teve aproveitamento inferior em relação ao adversário apenas nestes dois quesitos, revelando que, suas tentativas na parte ofensiva da quadra, embora fossem, em número de vezes, superior ao time israelense, foi de uma qualidade inferior, por más decisões individuais junto a uma ótima pressão da defesa adversária. E assim, o Hapoel conseguiu não apenas segurar o fortíssimo ataque de Tenerife, com Marcelinho Huertas (BRA) e Giorgio Shermandini (GEO), como também elevar sua vantagem no placar, terminando o terceiro quarto com 10 pontos de vantagem, e nitidamente um nível de concentração maior na partida.

O último quarto de partida novamente, trouxe ao espectador “reviravoltas”. Reviravoltas essas, que aos poucos, fazem da Basketball Champions League uma competição tão relevante a cada edição que se passa. Tenerife retornou ao último período com uma postura diferente, e liderados pelo brilhante brasileiro Marcelinho Huertas (20 pontos e 5 rebotes), não deixaram que o Hapoel aumentasse sua distância. Com um ótimo espaçamento de quadra no ataque, acionando os altamente qualificados arremessadores do perímetro, como Salin (FIN), Bolmaro (ARG) e Doornekamp (CAN) e conexões com o garrafão via Pick and Roll, a equipe espanhola liderada pelo brasileiro conseguiu não apenas cortar a vantagem adversária, como por volta dos últimos três minutos de partida tomou a frente no placar por três pontos, levando a equipe até aquele momento, ao que poderia ser sua segunda final consecutiva. Mas como já foi dito algumas vezes ao longo deste resumo, a partida foi marcada por reviravoltas, e a mais importante delas ocorreu nos segundos finas, mais precisamente quando o relógio marcava 22 segundos para o fim do confronto. O já citado talentoso armador Khadeen Carrington (19 pontos), não apenas liderou o Hapoel Jerusalém em pontos, como também mudou o rumo da partida. Com poucos segundos para o fim, o jogador fez o que fazia de melhor até então: partiu para o um contra um. E sob marcação do jovem Leandro Bolmaro, conseguiu cravar mais dois pontos para a equipe israelense, que liderava por apenas um ponto a partida neste momento. Tenerife ainda havia mais um ataque para executar, e não havia pessoa melhor para iniciar tal execução do que Marcelinho Huertas, que mesmo pressionado no garrafão após infiltrar, conseguiu achar o experiente Brun Fittipaldo (URU) completamente livre para os três pontos, porém não obteve êxito. Final de partida com vitória do Hapoel Jerusalém por 69 a 68 diante dos atuais campeões.

Agora a aguerrida equipe israelense tem pela frente o fortíssimo Bonn (ALE) para a conclusão do desfecho desta emocionante competição.

Unicaja Málaga 67 x 69 Telekom Baskets Bonn

Por Luigi Vancini

Na última sexta-feira (12), em um confronto eletrizante, Unicaja Málaga (ESP) e Telekom Baskets Bonn (ALE) duelaram para decidir quem chegaria à final da Basketball Champions League. E melhor para a equipe alemã, que surpreendeu o Unicaja mesmo com os espanhóis jogando em casa (o Final Four esse ano está sendo realizado em Málaga). Os alemães venceram por 69 a 67 e avançaram para a final, que será realizada no domingo, contra o Hapoel Jerusalém, de Israel.

A partida começou melhor para os donos da casa, que chegaram a abrir 20 a 11 em um determinado momento do primeiro quarto (essa inclusive foi a maior vantagem que o clube espanhol conseguiu construir na partida), porém o Bonn conseguiu empatar ainda no período e ele se encerrou com o placar empatado em 22 a 22. O segundo quarto foi o melhor da equipe alemã. Carregada por TJ Shorts, que mesmo não estando na sua melhor noite se mostrou mais uma vez um jogador extremamente diferenciado, cadenciando a partida quando necessário. Com muitas dificuldades em pontuar, o Unicaja anotou apenas nove pontos no quarto e o primeiro tempo acabou com 41 a 31 para os visitantes.

O 3° quarto voltou a mostrar o equilíbrio esperado e visto no início da partida. O Bonn seguiu à frente do placar, mas não conseguiu desgarrar em nenhum momento, com o Unicaja seguindo a sua busca. A equipe espanhola venceu o período por 19 a 16 e foi ao último quarto perdendo por sete pontos para os alemães. E aí no último quarto a equipe de Málaga foi totalmente empurrada pela torcida, chegando inclusive a diminuir a vantagem para apenas dois pontos. Porém, com uma sequência de sete pontos seguidos, o Bonn voltou a abrir vantagem para não soltar mais. A equipe alemã vai a final da BCL pela primeira vez na história. Uma estatística curiosa da partida foi que o Unicaja arremessou 16 vezes a mais do que o Bonn, principalmente nas bolas de três pontos, onde os espanhóis tiveram 7/34 nos arremessos e a equipe alemã 7/20.

Data e horário da grande final:

By Tabela de Ferro

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