Após disputar cinco finais da Bundesliga, disputar o título da Copa da Alemanha três vezes e chegar às semifinais da FIBA Europe Cup uma vez, finalmente o Telekom Baskets Bonn saiu campeão em uma competição. E nada melhor para coroá-lo do que uma liga continental. Neste domingo (14), foi disputada a grande final da FIBA Basketball Champions League, temporada 2022-2023. A sede da decisão foi em Málaga, na Espanha, palco de todo o Final Four. O adversário do clube alemão foi o Hapoel Jerusalém, que também se encontrava em uma final inédita da Liga dos Campeões. Antes do jogo valendo a taça, tivemos a coroação do clube espanhol Tenerife como o terceiro colocado nesta edição após vencer o clube anfitrião Unicaja Málaga.

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FINAL – Bonn (ALE) 77 x 70 Hapoel Jerusalém (ISR)

Por Vinícius Matosinhos

Com duas equipes estreantes em uma final de Champions League, era esperado que a partida fosse muito estudada e instável nos primeiros minutos. E isto realmente se cumpriu. O confronto começou muito nervoso, com ambos os clubes errando muito nos dois lados da quadra, chegando a somar oito turnovers ao fim dos primeiros dez minutos. Por conta dos vários erros, até a metade do período o placar estava em apenas 4 a 3 para o Bonn. Os pontos começaram a aparecer somente nos dois minutos finais, com o MVP da temporada, TJ Shorts, aparecendo e anotando cinco pontos em pouco tempo. Os israelenses tentaram responder da mesma forma, mas ainda não haviam se encontrado na partida. Ao fim do quarto inicial, o placar era de 14 a 7 a favor do clube alemão.

A primeira cesta de três pontos do Hapoel só veio no início do segundo período, por meio de Or Cornelius. Porém, a cesta do perímetro, que parecia ter animado os jogadores da equipe de Jerusalém, não teve um efeito duradouro, pois o Bonn encontrou seu ritmo de jogo ofensivo e, com jogadas rápidas de infiltração, conseguiu construir uma vantagem de dez pontos com quatro minutos disputados. Ao serem pressionados, os atletas do Hapoel se sentiram obrigados a marcar o mais rápido possível, com Levi Randolph, líder ofensivo da equipe na temporada, forçando muitas jogadas desnecessárias e permanecendo zerado na partida. A equipe alemã não perdoou e rapidamente alcançou 16 pontos de frente na metade do segundo quarto, com TJ Shorts já somando 12 pontos.

Na segunda metade do período antes do intervalo, finalmente o ala-armador Randolph apareceu realmente no confronto, saindo de zero para nove pontos em poucos minutos. Com Levi sendo o pulmão ofensivo, como já mencionado neste texto, seus companheiros começaram a se animar e decidiram arriscar novamente nas bolas de três pontos. O fôlego ofensivo deu certo para o Hapoel e a diferença foi quebrando até chegar em sete pontos. Os instantes finais foram bem equilibrados e a diferença não aumentou e nem diminuiu muito, indo para o intervalo com a vantagem de 37 a 28 a favor do Bonn.

O descanso no intervalo foi de grande valia para a equipe de Israel, que conseguiu esfriar a cabeça e pensar em formas de pressionar o ataque e a defesa do clube alemão. A agressividade do Hapoel foi apoiada com prontidão pelos milhares de torcedores israelenses presentes na arena. A atmosfera no terceiro período foi crucial principalmente na parte defensiva, conseguindo forçar até mesmo uma falta de ataque por parte de TJ Shorts, que não costuma ser um jogador de muitas faltas. Com isso, com uma cesta de três pontos crucial de Levi Randolph, o clube de Israel encostou de vez no placar e pulverizou a diferença para apenas uma posse de bola na metade do período.

Com o momento favorável, o time de Jerusalém tentou de todas as formas virar o jogo, mas eles não contavam com o excelente terceiro período do armador reserva Sebastian Herrera, que anotou duas cestas de três e somou oito pontos enquanto esteve em quadra no quarto. Se pelo lado alemão eles possuíam Herrera convertendo mais de uma cesta de longa distância, no lado do Hapoel a tática foi mais coletiva, com Khadeen Carrington e Speedy Smith convertendo as cestas do perímetro para manter a vantagem de dois pontos a favor do Bonn quando o terceiro período foi finalizado (57 a 55).

O quarto final iniciou com TJ Shorts chamando a responsabilidade para si, anotando cinco pontos consecutivos e já somando 22 pontos até aquele momento. Shorts ainda serviu seus companheiros em jogadas posteriores e parecia estar em uma noite brilhante. E realmente estava. Faltando cinco minutos para ser decidido o campeão da temporada, a vantagem alemã se encontrava em oito pontos. A partir daí, o Hapoel Jerusalém não conseguiu defender-se da melhor forma possível, fazendo com que algumas cestas no fim da partida fossem em vão. Com o cronômetro zerado, o grito de campeão inédito por parte dos atletas do Bonn finalmente pode ser entoado. O clube que construiu um incrível recorde de 11-1 entre a temporada regular e quartas de final, finalmente foi coroado como campeão da Champions League 2022-23.

MVP do Final Four

O prêmio de jogador mais valioso do Final Four não poderia ir para outro pessoa. O armador de 25 anos do Telekom Baskets Bonn, TJ Shorts, finalizou a partida da grande final com 29 pontos, 3 assistências e 23 de eficiência. TJ converteu 10 das 17 tentativas de arremessos em quadra, incluindo 3 de 3 da linha de três pontos.

No Final Four inteiro, foram 50 pontos do armador, sendo seis jogos com mais de 25 pontos, o máximo em uma única temporada do BCL por qualquer jogador nos últimos sete anos de competição. Além disso, ele se tornou o primeiro jogador na história a combinar o prêmio de MVP do Final Four com o prêmio de MVP da temporada.

3º LUGAR – Unicaja Málaga (ESP) 79 x 84 Tenerife (ESP) 

Por Bruno Almeida

Depois dos jogos eletrizantes das semifinais da BCL, onde tanto o Tenerife quanto Unicaja poderiam ter saído com a vitória, os times de Espanha ficaram pelo caminho mas ainda com a disputa do terceiro lugar em mãos, e depois de uma partida entre dois times espanhóis que desde o início tinha tudo para ser cheia de emoção, o terceiro lugar da BCL acabou nas mãos do Tenerife que conseguiu garantir a vitória por apenas cinco pontos. Um fato interessante sobre a partida, é que agora o time de Tenerife conseguiu chegar em todos os lugares do pódio da BCL: primeiro lugar em 2017 e 2022; segundo lugar em 2019 e agora o terceiro lugar em 2023.

O Tenerife mesmo antes do segundo tempo da partida conseguiu abrir uma diferença de 17 pontos para o UNICAJA, mas o melhor jogador da partida Kendrick Perry persistiu e ainda acreditou na vitória, sendo ele o cestinha de toda a partida, o armador norte-americano fez 22 pontos e conseguiu dar o empate ao seu time faltando apenas um minuto para terminar a partida. E depois de uma bola que quase podia ter dado a vitória ao UNICAJA, o Tenerife volta com a bola e faltando apenas 13 segundos para a partida terminar, o armador Aaron Doornekamp conseguiu fazer os últimos cinco pontos do time, garantindo assim a vitória do time e a terceira colocação.

Kendrick Perry, armador do Unicaja e cestinha do time, ainda terminou a partida com um rebote, três assistências e um roubo de bola. Coletivamente o time do Unicaja pecou muito nas bolas de três, onde acertou 7 das 25 bolas tentadas (28%). Já pelo time do Tenerife o destaque fica para o georgiano Giogi Shermadini que terminou a partida com 12 pontos, três rebotes, três assistências, um roubo de bola e um toco. Vale a pena também falar do brasileiro Marcelinho Huertas que terminou a partida com 10 pontos, dando oito assistências e roubando a bola duas vezes, e do argentino Leandro Bolmaro que, apesar de não ter pontuado na partida, terminou a mesma com apenas um rebote e uma assistência.

By Tabela de Ferro

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